A atriz que participou da série ‘Nada Será Como Antes’, fala sobre como é importante abordar temas como a bissexualidade
Trabalhando desde os 9 anos de idade, Letícia Colin cresceu em frente à tela da TV. E, hoje, aos 26 anos, apesar de manter seu jeitinho de menina, comemora o fato de estar recebendo papéis mais adultos. Como a Júlia, de Nada Será Como Antes, que chegou ao fim nesta terça-feira (20) abordando um tema complexo como a bissexualidade. “É sempre legal poder pegar personagens assim. A gente precisa falar muito disso até que vire uma coisa natural”, confirma Letícia. E a atriz não vê nenhum tabu nesse tipo de relação. “Nem considero a Júlia gay. Sou contra rótulos, não faço essa distinção de sexualidade”, afirma.
Amor entre mulheres
Segundo Letícia, Beatriz (Bruna Marquezine) despertou um encantamento irresistível na então formal Júlia. “Beatriz é um sopro de vida e espontaneidade para Júlia. Ela nunca tinha visto uma pessoa tão livre e desimpedida assim. E isso a atraiu. São personagens muito modernos para época, mulheres incríveis”, comemora a paulista, que adorou o convívio com sua colega de cena: “Bruna foi uma grande parceira. Além de linda, ela é uma grande atriz.”
Mulher de fibra
Para compor a Júlia, Letícia se inspirou na mãe, Ana. “Tem muitas mulheres de fibra na minha família. E minha mãe sempre é uma referência de amor e poder feminino”, elogia a loira. Embora seja muito diferente da Júlia, a paulista consegue enxergar uma semelhança com ela. “Temos essa veia de dedicação ao trabalho, um lado yang. Eu adoro ter responsabilidade. Pegar um personagem e estudá-lo minuciosamente é algo que eu curto muito”, revela Letícia.
E foi isso que ela fez! A atriz conta que assistiu a vários filmes e leu diversos livros sobre os anos 1950. “Fiz uma ampla pesquisa, para saber o que estava acontecendo no mundo naquela época em que a série se passa. Na política, na moda… Tudo! Tive que ficar atenta ao gestual, à postura, à fala… Precisei encontrar naturalidade naquele português, que não é o que falamos hoje em dia”, completa.
Um lado frágil
Apesar de ser muito dominadora e controlar a vida do irmão, Otaviano (Daniel de Oliveira), Júlia tem suas fraquezas. “Ela carrega o peso do sobrenome, do dinheiro da família. E isso acaba fazendo com que ela tenha dificuldade com relacionamentos”, explica a atriz, que sempre aprende algo com suas personagens: “Em Sete Vidas (2015), fiz uma modelo com bulimia e emagreci 5kg. Peguei dicas de alimentação, passei a levar marmita para o set, o que eu não fazia. Com a Júlia, aprendi a ter requinte, a segurar as taças com mais delicadeza.”
Realizada no trabalho e no amor, Letícia vive um namoro discreto com o ator e apresentador, Michel Melamed, de 40 anos. Mas desconversa quando o tema é a situação dos dois. “Não gosto de rotular o nosso relacionamento. O que posso dizer é que o Michel é incrível!”, derrete-se.