Após o sucesso de Lado a Lado, Patricia Pillar e Marjorie Estiano se reencontram em Ligações Perigosas
Ligações Perigosas marca o reencontro de duas talentosas atrizes. Com 30 anos de carreira, Patricia Pillar se une a Marjorie Estiano, destaque da nova geração, para formar a dupla protagonista feminina da minissérie. Não é a primeira vez que as estrelas contracenam juntas. Em Lado a Lado (2012), a vilã Constância (Patricia) e a mocinha Laura (Marjorie) eram mãe e filha. Já em Ligações Perigosas, Patricia é Isabel, uma libertina convicta que preza, em primeiro lugar, pelo prazer sexual e pelo dinheiro. Ao contrário de Mariana, interpretada por Marjorie, uma religiosa que vive para a caridade. Duas vidas opostas ligadas à Augusto de Valmont (Selton Mello). O embate promete ser arriscado e fatal.
Quais maiores desafios em dar vida a Isabel e Mariana?
Patricia: Nesse trabalho é fundamental a delicadeza. Os personagens são muito complexos. Para o elenco, foram personagens difíceis de fazer. O livro em que foi baseado (de Pierre Choderlos de Laclos) foi ótimo material para inspiração. A literatura é uma festa para a criatividade.
Marjorie: Mariana é uma personagem bastante difícil, pela pré-concepção do que é uma devota. Não queria fazer um estereótipo da enganada ou da traída. A personalidade da Mariana é de uma mulher inteligente, que percebe as coisas.
Como foi sair do eixo Rio/ São Paulo e gravar na Argentina?
Patricia: Muito frio (risos). Tivemos muito calor humano para dar conta. Mas nossa ida à Argentina deu uma grandeza aos personagens. As falésias da Patagônia trouxeram o clima de tragédia e, ao mesmo tempo, uma chance de deixar a equipe mais próxima. Nos divertimos muito.
Marjorie: Foi legal. Mas enfrentei alguns desafios. Fomos para uma locação, em que dormíamos também. Era uma casa com espelhos enormes com estrutura de metal. Quadros de mulheres e crianças em preto e branco. Muito assustador (risos). Pedi para ficar no quarto mais próximo da saída, mas não adiantou muito, porque a locação era longe do Centro da cidade. No primeiro dia não dormi, mas, depois, acostumei.
Quais foram as sequências mais difíceis de fazer?
Patricia: A cena em que Isabel percebe que o Augusto está amando Mariana. Quando o amor se apodera dele, começa a ruir a estrutura que esses personagens estavam baseados. Foi uma coisa paulatina. Aos poucos, os personagens vão sendo domados e ficam desesperados. Isabel vai se transformar em outra pessoa.
Marjorie: Pra mim, foi um desgaste emocional com o físico. É no momento em que Mariana se enclausura durante cinco capítulos até morrer. Foi difícil. Fizemos os cinco capítulos seguidos e foi um desgaste enorme. Fui definhando com a personagem.
Como é dar vida a personagens que caminham na linha tênue?
Patricia: Quando a gente está à beira do abismo é muito rico artisticamente, falando.
Marjorie: O que se destaca é a intensidade nos extremos. Mariana tem convicção de certos valores e se entrega ao oposto daquilo. É um universo de tensão de dois pontos.