Interpretando a mãe de dois adultos na trama, a atriz curte as brincadeiras dos colegas de elenco, que a chamam de hot mama. “É uma maravilha!”, conta
Em um primeiro momento, assustou ver Carolina Ferraz como a mãe dos marmanjos Beto (João Baldasserine) e Tamara (Cleo Pires). Mas para a atriz foi muito natural aceitar o papel da doce Penélope em Haja Coração. “Estou com quase 50 anos! É uma maravilha ser uma mulher madura e ainda ouvir do João e da Cleo, que sou uma hot mama”, diverte-se ela.
A atriz tem 47 anos e adora o papel da insegura e atraente mulher madura. Em nenhum momento ficou preocupada em parecer mais velha. “Tinha que virar mãe de adulto, porque daqui a pouco posso ser avó na vida real. Valentina está com 21 anos!”, conta, desencanada.
A jovem é filha da atriz com o publicitário Mário Cohen. Carolina também é mãe de Anna Izabel, de apenas 1 ano e 3 meses, de sua atual união com o médico e ator Marcelo Marins. “Estou achando um barato essa maternidade tardia. E olha que pensava se teria energia física para dar conta, se não ficaria cansada. Mas não, parece que recebi uma injeção de juventude na veia (gargalhadas).”
O ânimo trazido pela caçula ajuda a atriz a manter o ritmo intenso de sua vida. “Voltei ao trabalho quando a Bebel tinha 2 meses, rodando o filme A Glória e a Graça”, conta, sem esconder que ficar longe da filha não foi fácil. “Dá um desespero, porque é diferente quando você tem bebê mais velha. Mas voltar à TV, fazendo comédia, que adoro, me deixa muito feliz.”
A gravidez de Anna Izabel foi planejada. Assim que terminou de gravar Além do Horizonte (2013), fez uma fertilização in vitro que foi bem-sucedida. “Minha filha foi muito desejada e passei superbem na gestação. Tive uma baita sorte porque engravidei rápido, na segunda tentativa. Agradeço a Deus.”
Travesti em cena
A pausa para curtir a gravidez e os primeiros meses da filha foi só nas novelas. Antes de voltar à telinha, a atriz protagonizou o longa A Glória e a Graça, de Flavio Tambellini, no qual vive um travesti. “Normalmente, travestis são feitos por homens. Mas o gênero delas é o feminino. Por que não uma mulher para dar vida a essas personagens?”, questiona Carolina, que fez um trabalho complexo de composição para o papel. “Queria muito me desconectar da imagem da Carolina Ferraz bonitona, e sofisticada. Acho que consegui. E como é difícil ser travesti, colocar aquelas unhas enormes! Não conseguia nem pegar o celular! A maquiagem ajudou, me deixou com traços mais embrutecidos”, conta ela.
O desafio valeu a pena! Carolina está sempre disposta a ousar no seu trabalho. Prova disso também é a Penélope, um trabalho voltado para a comédia, o que, segundo a atriz, é algo raro na sua carreira. “Só me dão personagens ricas, nunca engraçadas. Olha a queixa, senhores autores (risos)”, gargalha.
Pois é a hora de fazer graça! Mesmo vivendo conflitos com os filhos e a indecisão de assumir o romance com Henrique (Nando Rodrigues), Penélope é leve e caiu no gosto do público.
Além do sucesso da trama das 7, Carolina viaja com a peça Três Dias de Chuva e comanda o programa Receitas da Carolina, no GNT. Mesmo com toda a correria, ainda tem disposição para fazer uma das atividades de que mais gosta: reunir os amigos e cozinhar para eles.
O melhor lugar é em casa
A vida de Carolina está cada vez mais voltada para o lar e a família. “Fico doida para ir embora. Sempre tenho motivo para ficar com a minha filha. Os cuidados com ela não impedem de fazer outras coisas. A questão é me organizar, ser disciplinada e conciliar tudo. Não sei se aos 26 anos, idade com que tive a Valentina, teria coragem de me dedicar a tanta coisa ao mesmo tempo. Hoje, minha visão das coisas mudou, me fez mais forte”, conta, sem culpas. “Sei que vai dar certo. Minha filha está comigo e sou boa mãe.”