Ele conta que está amando voltar a fazer o público sorrir com o Vavá, de A Regra do Jogo, e diz que adoraria ser como ele e viver despreocupado com o amanhã
Depois
da consagração de público e crítica como o Max, de Avenida Brasil (2012),
Marcello Novaes repete a parceria de sucesso com o autor João Emanuel Carneiro
e a diretora de núcleo Amora Mautner, em A Regra do Jogo. “Tenho muita
confiança nessa dupla, é inspirador! A Amora é a criatividade full time, está
sempre extremamente feliz com o trabalho”, afirma o carioca. Na trama das 9,
ele vive o personal trainer da terceira idade Vavá, um mulherengo metido a
garotão. “Vavá é um bom vivant. A vida para ele é o hoje, o agora… Acho isso
de uma inteligência muito grande”, defende o ator, de 53 anos.
Vavá
faz parte do núcleo cômico da novela das 9. Está curtindo essa sua volta à
comédia?
Eu
estava louco para voltar a fazer comédia. É um tempo diferente do drama. Você
leva um pouco do seu trabalho para casa e, quando está com um personagem mais
pesado, fica com aquilo no ar. A comédia tem mais leveza, tenho me sentido
muito bem.
Que
tipo de personagem ainda falta em sua carreira?
Nossa,
existem muitos ainda… Personagens com doenças psíquicas… Seria curioso
fazer também um psicopata, um cadeirante… Enfim, tem muita coisa pela frente
ainda.
E
quais seriam os personagens mais especiais que você já fez?
O Raí (Quatro Por Quatro, 1994), o Max (Avenida Brasil, 2012) e o
Timóteo (Chocolate Com Pimenta, 2003), que foi um personagem que eu criei para
as crianças. Eu li uma cena dele com os meus filhos e eles adoraram. Aí pensei:
“vou fazer esse cara para as crianças!”. Avisei a direção e arrisquei. Deu
muito certo, felizmente. Tenho o maior carinho pelo Timóteo.
Se
pudesse fazer um remake de algum trabalho, qual seria?
O
Raí. Com o que eu sabia consegui fazer um personagem maravilhoso, saiu muita
coisa legal que eu criei. Mas, hoje, eu faria um Raí completamente diferente,
porque tenho mais suporte e conheço um pouco mais sobre atuação.
O
que mais ama na sua carreira?
O
ator tem esse barato de viver outras vidas e acaba que vai entendo melhor você
mesmo. A gente fica interpretando tanto que, quando sai do personagem, pelo
menos eu tenho essa sensação, descubro que estou sendo eu mesmo. A pesquisa que
eu fiz para o Dias, de Dupla Identidade (2014), foi pesadíssima. A vida de um
policial como ele é barra pesada, eu não teria a capacidade de viver aquela
vida, de ver a morte com certa naturalidade. Eu não conseguiria fazer isso.
O
jeito do Vavá viver o aqui e o agora, levaria para a sua vida?
Eu trabalho isso. Ainda não consegui estar
aqui, agora, viver o hoje, despreocupado com o amanhã. Estou em busca disso e
espero chegar lá.
Você
está, aos 53 anos, com tudo em cima.
Como é a sua rotina de exercícios físicos?
Tenho um personal que me
acompanha nos exercícios. Pratiquei esporte toda a minha vida, gosto muito! É
mais fácil falar dos esportes que eu não fiz do que os que já fiz. Sou esportista
a vida inteira.
E o
coração como está?
Meu
coração está ótimo (risos). Depois que fiquei seis anos solteiro, descobri que
a gente pode ser feliz sem obrigatoriamente ter uma mulher, ser casado.
Casamento é maravilhoso também, fiquei casado 90% da minha vida. E acho que a
maioria das pessoas pensa o seguinte: “para ser feliz tem que ter um emprego,
uma casa, uma família e uma mulher”. Eu concordo com a família, a casa e o
emprego. Mas, se não pintar a esposa, a gente tem que aprender a se adaptar. Aprendi
a ser feliz sozinho, mas estou aberto. Se aparecer alguém, me sinto superjovem
nesse sentido.