Joyce, de A Força do Querer, fala ainda sobre família, beleza, educação e tolerância
Em 2000, Maria Fernanda Cândido foi eleita – numa votação feita pelo Fantástico – a Mais Bela do Século. E foi chamada de a Sophia Loren brasileira, pela beleza e talento, quando estourou na novela Terra Nostra (1999), como a italiana Paola. Hoje, aos 43 anos, a atriz representa, em A Força do Querer, a personagem cujo maior querer é justamente a obsessão pela beleza. “A Joyce ama o marido, tem dois filhos adultos e, apesar de ter muita personalidade, é dependente emocionalmente. Se for abandonada, vai desabar. E numa hora dessa não tem beleza que segure”, avalia a mãe de Tomás, de 11 anos, e de Nicolas, 8, de seu casamento com o empresário francês Petrit Spahira. Além da novela, ela também é mediadora, ao lado do psicanalista Jorge Forbes, do Terra Dois, programa da TV Cultura (SP), que estreou em março.
O tempo não passa pra você?
Ah passa (risos)! Lido bem com o passar dos anos, mas procuro me cuidar, é claro. Mas longe de mim ser escrava de excessos com a beleza!
Mas segue algum ritual?
Tenho uma alimentação saudável, sem ser radical. Tento dormir de seis a sete horas por noite e uso filtro solar, direto, além de bons produtos para a pele. E faço pilates. O segredo da beleza é você descobrir o melhor dentro de você.
A Joyce criou a filha, Ivana (Carol Duarte), para ser sua bonequinha e o tiro saiu pela culatra. E aí?
A Joice foi criada com valores e parâmetros que não são desse mundo novo, que se apresenta pra gente. A questão com a Ivana é um exercício também para nós, de olhar para o ser humano e, talvez, pensar que nada que é humano nos pode ser estranho. Somos humanos, estamos aqui.
Mas não é de fácil entendimento!
É um exercício que não é tão simples assim de vivenciar, porque há uma distância entre o que se diz e o que se sente. Mas o papel dos pais não é abandonar, é estar ao lado dos filhos. Dar apoio. Não pode rejeitar, deixar de amar, excluir esse filho. Isso não!
Você conversa absolutamente de tudo com os seus filhos?
Converso com os meninos sobre assuntos contemporâneos sim, por isso fazer parte do mundo, do nosso momento de vida. Para nossos pais, talvez, há algum tempo, isso não fosse tão comum. A gente conversa, fala mais abertamente sobre as questões e as crianças também têm uma visão bem diferente daquela que, talvez, a gente tivesse.
Seus filhos já perguntaram o que é trans, travesti, gay?
Ainda não. Mas muita coisa que a gente acha que a criança nem nunca ouviu falar, ela já sabe, já ouviu falar sim. O mundo de hoje tem muito mais acesso à informação.
O que você acha da transexualidade ser abordada na novela?
A função da novela é levantar questões e não fornecer respostas. Se a trama conseguir levantar essas questões, fazer as pessoas falarem sobre elas, já cumpriu a sua missão.