Empolgada com o trabalho, a atriz conta como é interpretar uma personagem que consagrou sua grande amiga, Cláudia Raia
Aos 34 anos, Mariana Ximenes está enfrentando um dos maiores desafios da sua carreira: interpretar a Tancinha, personagem que eternizou a atriz Cláudia Raia em Sassaricando (1987). Além de explorar o seu lado de comediante, a atriz já está se preparando para as críticas e comparações. “Se eu estou na chuva é para me molhar. E sei que vou me molhar… muito”, conta. Apesar disso, Mariana está mergulhando de cabeça na personagem, que é uma feirante atraente, impulsiva, mas sensível e cheia de bons sentimentos: “Fui à feira na Mooca, em São Paulo, comprei roupas no Brás, que foram aprovadas pelo figurinista. Toda essa vivência me fez ficar mais próxima da Tancinha e de quem ela é!”. A atriz paulistana, que se identifica com a alegria de viver da Tancinha, revela que já pegou algumas manias da jovem e, assim como ela, está sem filtro, desbocada… Cuidado com ela!
É verdade que você pediu permissão a Cláudia Raia para interpretar a Tancinha ?
Sim, claro. Cláudia se tornou uma grande amiga desde que fizemos A Favorita (2008) juntas. Então, por amor e respeito a ela, eu pedi a benção para fazer a minha Tancinha. Não será uma cópia, mas essa personagem marcou muito a vida profissional da Cláudia e me senti no dever de pedir permissão (risos). Ela arrasou e espero fazer o mesmo.
Como foi sua preparação?
Estou mergulhando de cabeça nessa personagem. Eu costumo dizer que a personagem é coração puro, ela não tem filtro e possui um lado muito ingênuo. E, na feira, não fui buscar só a Tancinha. Eu queria ver e estar em contato com aquelas pessoas. Acho importante fugir de estereótipos.
O que você tem da Tancinha?
A alegria de viver, com certeza. Sou muito alegre e a personagem também é assim. É uma delícia fazer a Tancinha.
Tancinha é toda bordada no humor. Pretende explorar cada vez mais seu lado humorístico?
É sempre bom conseguir trabalhos diferentes, né? Nunca fui muito de fazer personagens engraçados, mas se estou na chuva é para me molhar. E sei que vou me molhar… muito (risos). As críticas e comparações vão acontecer e estou preparada.
Pensou em não aceitar o papel?
Pensei, sim! Eu sou muito diferente da Cláudia, então achei que eu jamais conseguiria fazer essa personagem. Mas ela e o Silvio de Abreu se uniram e falaram: ‘Mariana, não é exatamente o mesmo papel, é um novo olhar, uma nova época, uma nova história. Você vai construir a sua’. Esse incentivo foi decisivo.
Quais são as principais diferenças da sua Tancinha?
Logo de cara vão notar diferenças no sotaque, que não é tão exagerado. Essa Tancinha atual também vai ser mais romântica e sensível, mesmo que ela tenha aquele lado ‘bateu, levou’ bem aflorado.
Já pegou alguma mania dela?
Sim. É engraçado como a personagem começou a tomar conta de mim. Estou gesticulando muito enquanto falo e estou um pouco sem filtro. Tenho que tomar bastante cuidado com isso (risos)!
Como é a sua relação com o elenco de Haja Coração?
A Cleo Pires é uma amigona. O Malvino Salvador eu conhecia, mas nunca tinha gravado com ele, então, passamos muito tempo juntos para criar cumplicidade. A Tancinha e o Apolo se amam desde a infância. Não quero agir com ele como se fôssemos estranhos.