O ator comemora as escolhas que fez, após o fenômeno Félix, de Amor à Vida, como o Zé Bonitinho, da Escolinha do Professor Raimundo, e, agora, o cruel Rubião, de Liberdade, Liberdade
Considerado um dos melhores atores de sua geração, Mateus Solano, até machucou o braço ao cair de um cavalo, durante as gravações da trama das 11. Mas nenhum risco preocupa Mateus, que garante estar preparado para esse tipo de acidente, ainda mais numa trama com tantas cenas de ação. O ator ficou afastado das novelas durante dois anos, após ser imortalizado como o Félix, de Amor à Vida (2013 / 2014). Agora, aos 35 anos, ele brilha em um papel frio e sombrio, bem diferente do que Félix se transformou no final da trama de Walcyr Carrasco.
Como definir o Rubião?
É um cara que não tem muitos escrúpulos para passar por cima das coisas. Ele foi capaz de delatar Tiradentes (Thiago Lacerda) sob tortura. Apesar de esse método ser covarde, a cena foi bonita, bem feita e gostei muito de fazer. Mas tirando isso ele é mau mesmo.
A paixão por Joaquina pode transformá-lo num cara bom?
Paixão não é time. Os homens maus também se apaixonam, amam e sofrem decepções amorosas. O problema é como eles lidam com isso: se vão falar que está tudo bem ou vão pegar a mocinha e botar na torre da Rapunzel (risos).
O que mais o atraiu na novela?
O resgate histórico, neste momento do Brasil, foi o que pesou. Fora isso, uma produção de época como um todo é uma beleza. Curto muito o figurino e o cenário. A caracterização e a cenografia fazem metade do trabalho pela gente.
Mas também paga um preço…
Paga alguns preços. Pois é uma novela de ação e a gente acaba sofrendo de alguma forma. Caí do cavalo e machuquei o braço. Na hora de gravar tirei a tala e deu certo.
Está preparado para o assédio por causa das cenas de sexo?
Sou muito bem casado e todo mundo sabe (com a atriz Paula Braun). Tenho uma relação de amor com o espectador, muito respeitosa nesse sentido. E o público também gosta da Paula, que sempre é simpática, até nas redes sociais.
E cenas de nudez? Incomodam?
Não mesmo. Sempre converso com o Vinícius (Coimbra, diretor) o quanto ia me expor, o quão importante aquela cena é. Se fosse preciso, mostraria até meu útero (risos).
Como é fazer um cara sombrio após interpretar um tipo cômico em que se transformou o Félix?
O Félix foi muito forte, ainda está vivo na memória do público. Foi exaustivo fazê-lo. Por isso, precisava ir para o teatro e o cinema antes de voltar. Teve o Zé Bonitinho (na nova versão da Escolinha do Professor Raimundo) também, que foi muito bom. Um trabalho bem diferente entre um personagem e outro.
A nova Escolinha… fez o maior sucesso. Ficou surpreso?
Fiquei muito feliz. Na gravação a gente sentiu uma coisa muito especial. A emoção por homenagear tipos que fizeram parte de nossa formação. Queríamos que metade disso passasse para o público. E passou muito mais. Viramos uma turma mesmo, temos até um grupo de Whatsapp.