Mais madura e centrada, aos 44 anos, a atriz fala sobre traição, a criação dos filhos e da paixão por Lili, sua personagem em Totalmente Demais
Mãe de Eduardo e Lara, de 12 e 10 anos, Vivianne Pasmanter
não gosta de falar sobre os filhos. Acha um assunto “muito particular”. Mas não
hesita em afirmar que está curtindo todas as fases do crescimento deles e que
se ressente por tudo estar passando muito rápido. “É tempo que não volta”,
afirma. Linda aos 44 anos, a atriz divide-se entre a vida familiar e a
carreira, e está encantada com a Lili, de Totalmente Demais. “É uma personagem
difícil, mas linda. A maior dor que pode existir na vida é a perda de um
filho”, diz ela, que fala ainda sobre traição e cuidados com a beleza.
Você traçaria algum paralelo entre a Lili e a Shirley, que
você viveu na novela Em Família?
A Lili é bem diferente da Shirley. A Shirley era a coisa
engraçada naquele drama. E a Lili é um drama, dentro de uma comédia. Está sendo
bem difícil… Mas a personagem é linda. Um encanto! Estou muito feliz com a
Lili. Ela passa por uma dor terrível! A maior dor que pode existir na vida é a
perda de um filho. E, quem não passou
por isso, tem sempre medo. Eu que sou mãe, tenho esse receio.
E como lida com esse medo?
Quando você inaugura a maternidade, inaugura esse medo. Toda
mãe, principalmente de primeira viagem, tem essa coisa de ver se o filho está
respirando ou não. Isso sempre acontece! A Lili está me ensinando a dar valor
às coisas. Dessa forma, os problemas ficam menores. Para completar, o
marido, Germano (Humberto Martins), vive dando em cima da Carolina (Juliana
Paes)… Realmente, é uma mulher cheia de problemas. Mas, depois da perda da
filha Sofia (Priscila Steinman), os problemas ficam bem menores. Ela carrega
uma dor muito maior, que passa por cima disso tudo. Da traição do marido ao filho
problemático. Tudo fica menor. É assim que a vejo.
Lili ainda convive com o fantasma da traição. Você já foi
traída? Como lida com isso?
Já! Acho que todo mundo já foi traído em vários aspectos,
né? Não só no casal. Como amizade e outras maneiras. Já fui traída. Hoje, eu
vejo diferente… Não como um grande problema. Encaro de forma mais natural
(risos).
Foi a maturidade dos 44 anos que te trouxe essa visão?
Acho que sim. É uma coisa natural. É aceitar a imperfeição e
ver que ela existe. E, passar a aceitar, né? Eu nunca traí, mas já fui traída.
E quando digo traída, digo de tudo: relacionamentos e amizades. Sou muito
correta. Não minto. Não é da minha natureza. Mentir me faz mal. Eu tenho o
direito de falar a verdade.
Você está linda! Qual é a dica?
É tomar muita água (risos)! Acordar cedo e tal. A genética
ajuda um pouco. E, tem que se cuidar mesmo! Eu não uso Botox, não faço
preenchimento… Estou deixando essas marcas do tempo acontecerem. Estou
aceitando elas. Para atriz, esses produtos estéticos é complicado, a expressão
é fundamental na minha profissão. Quando eu me olho no espelho, vejo rugas,
expressão. Isso é bom, me diferencia um pouco. Mas, vem as rugas, né? É aceitar
ou não. Eu faço muito laser, tenho um dermatologista ótimo também. Faço isso
para não entrar em Botox e afins. Eu me cuido.
Isso é que é ter foco!
Exatamente! Hoje, me preocupo com o que realmente importa.
Não perco tempo com besteira. A maturidade tem umas coisas muito boas. Quando
as crianças eram pequenas, eu dei muita atenção a elas. Na época foi bom, mas,
na carreira, perdi muita coisa. Mas, o que ganhei com eles, não tenho palavras
que definam. É tempo que não volta.
Como é sua relação com eles?
Não vou falar disso. É muito particular. Não gosto de falar
deles. Cada fase tem suas características. São diferentes! Estou curtindo todas
as fases. Só fico com pena quando passa. Não quero que passe (riso)! É muito
gostoso.