Morando no Rio por causa de Sete Vidas, o argentino que interpreta o Felipe na trama das 6 se encantou pela cidade e não pretende mais ir embora
O sotaque é apenas um charme a mais na lista de qualidades
de Michel Noher. Boa pinta, talentoso e – pasmem! – solteiro, o argentino, de
32 anos, anda arrancando suspiros do público na pele de Felipe, seu personagem
em Sete Vidas. Mas o título de galã não o impressiona. “Não sei bem o que isso
significa. Eu entendo de personagens e o galã é uma coisa externa”, brinca o
ator, que aproveita o tempo fora das telinhas para curtir o Rio de Janeiro,
cidade que o encantou pelas belezas naturais, e onde mora sozinho atualmente:
“Sair de uma gravação e andar pela orla ou mergulhar, é perfeito”. A paixão foi
tanta, que, arrumar as malas e voltar para a Argentina após o fim da novela, já
não está mais nos planos de Michel: “Se surgir outro trabalho depois, fico numa
boa por aqui.” Sorte a nossa!
O Felipe surgiu no meio de um tremendo turbilhão, não é?
Verdade, ele apareceu em busca dos irmãos, tentando
encontrar alguém compatível para fazer um transplante de fígado e acabou
conhecendo o pai biológico. É um desafio e fico feliz em fazer parte de uma
obra tão bem escrita. O Felipe até se parece comigo.
Em que sentido?
Por exemplo, ele não fica pensando em fazer determinada coisa,
vai lá e faz. Mas nossas semelhanças vão além. Como ele, eu também me preocupo
com as pessoas ao meu redor, sempre me certifico de que elas estejam bem. E
falo as coisas de frente, não gosto de disfarçar uma situação. O Felipe é assim
também, direto.
Como foi a mudança da
argentina para o Brasil?
Esse é o meu terceiro trabalho no Brasil e, com isso, acabei
criando laços por aqui. Vim no ano passado para fazer o workshop da novela e
fiquei definitivamente. Sou apaixonado pelo Brasil e pelo Rio.
E está morando sozinho?
Sim, mas na Argentina eu também já vivia sozinho. E eu adoro!
Gosto de cozinhar, de estar na minha casa, receber as pessoas. Tenho prazer
nisso. E o Rio é uma cidade incrível. Ter o mar tão perto, sair de uma gravação
e caminhar pela orla, mergulhar, é perfeito. Adoro essa liberdade.
Assim como em O Rebu (2014), seu pai, Jean Pierre Noher,
também está com você em Sete Vidas. Ele
te influenciou a seguir essa profissão?
Na verdade, foi o contrário. Durante muito tempo eu lutei
contra a vontade de ser ator, não queria ir pelo mesmo caminho que ele. Era um
tipo de rebeldia, sabe (risos)? Mas, depois, eu comecei a fazer aulas de
atuação como hobby e descobri que não havia motivos para resistir ao que eu
sentia, que era a vontade de me profissionalizar na área.
Você enfrentou algum problema com a questão do sotaque?
Para esse personagem não, porque ele é um brasileiro criado
na Argentina, então aceitou bem o sotaque. Mas estou estudando para que as
pessoas entendam melhor o meu jeito de falar, porque, às vezes, eu me
atrapalho, é normal. E quero dar continuidade ao trabalho que fiz com
fonoaudiólogos no início da novela, porque fico pensando em próximos papéis que
talvez não permitam o sotaque.
E como está o assédio das fãs?
Faz parte da nossa função e é legal quando alguém te
reconhece e vem te dar um abraço, falar sobre o seu trabalho. É ótimo receber
essa energia.
Está solteiro?
Estou! E curtindo o Rio de Janeiro. Apesar disso, posso
garantir que sou um ótimo namorado (risos). Quando estou com alguém, sou
tranquilo. Mas essa liberdade me ajuda profissionalmente, porque quando se tem
uma família construída é mais complicado ficar planejando o amanhã.
O que fará após a novela?
Eu amo o Brasil e, se surgir outro trabalho depois, fico
numa boa por aqui.