A produção retorna à telinha em abril
São 15 músicas produzidas para os 12 shows dos oito episódios da nova temporada de ‘Mister Brau’. A epopeia musical para o brilho de Michele (Taís Araújo) na trama é real. Para emplacar a diva pop da ficção foi necessário um álbum original, com reggaeton, bossa eletrônica e batidas a la dança do passinho; além de produtores de grandes estrelas da música pop brasileira.
“Criamos um conceito de um show internacional, já que a Michele é agora uma popstar mundial. Por isso, queríamos fazer shows grandiosos. A unidade da turnê aconteceu com um esforço coletivo de todas as áreas, começando pela criação das músicas originais e de um palco na proporção do palco do ‘Rock in Rio’. Foram meses de preparação entre a criação, ensaios até os quatro dias de gravação. A interação da iluminação do palco e da plateia também foi importante para a unidade e credibilidade dos shows. O palco foi feito com 17 metros de largura, para ser inserido dentro de um projeto criado em 3D, com uma proporção muito maior”, conta o diretor Allan Fiterman.
Para dar mais realidade e impacto visual, foram criados ainda conteúdos de led para cada música e figurinos diferentes para cada número. No palco, Michele Brau quebra tudo com 12 bailarinos profissionais e uma banda de mulheres. Dos 12 shows, dez foram gravados em estúdio e dois em locações externas: um no Rio e outro em Luanda, durante as gravações do elenco em Angola, com direito até a um trio elétrico.
“Eu acho que a Michele seguiu um caminho natural de quem vai crescendo profissionalmente. Mas ela não muda. Eu é que agora tenho uma exigência mais técnica, de cantar mais, cantar e dançar junto, e não tenho essa facilidade. Estou dando truque em tudo, como sempre: na dança, no canto. É muito divertido brincar de popstar, a plateia lotada, empolgada”, brinca Taís Araújo, que fez aulas de canto e dança para se preparar para as gravações e matar no peito as dificuldades que pudessem surgir.
“Eu comecei a fazer bem antes das gravações para facilitar a vida da produção. Eu não canto e nem danço, mas se estiver mais preparada, tenho alguma coisa a mais para dar. No estúdio, teve um dia em que eu chorava, achando que não ia conseguir alcançar uma nota, mas contei com a ajuda do Ricardo Leão (produtor musical). Ensaiamos muito todas as coreografias, mas depois que tiraram o espelho da frente, vi que ainda não sabia dançar. Aí tive que aprender isso. Ainda tinha o microfone. Cantar e dançar pra caramba ao mesmo tempo, o tempo inteiro, ninguém consegue. Então, se você pega o microfone de mão, se livra um pouco da coreografia. Mas, para quem canta de verdade, é outra história…”, conta a atriz.
Inspirações
Um pouco de inspiração em nomes e sons como Shakira, Beyoncé, Bruno Mars, Dream Team do Passinho e Anitta. Presença de palco. Suingue. Batidão. Música chiclete. “O primeiro desafio foi pensar o que uma cantora brasileira de uma carreira internacional canta. Aí fomos buscar um reggaeton. Depois, a Taís me pediu mais suingue e começamos a trabalhar numa música com mais pressão, que ajudasse ela no palco, a cantar e dançar, com batidas bem marcadas, espaçadas para ela poder pular e seguir a coreografia. Fomos, então, por uma pegada mais pulsante, numa bossa eletrônica, e as coisas foram naturalmente tomando forma”, conta o produtor musical Ricardo Leão, que encomendou a Umberto Tavares, que já produziu Anitta, uma música para Michele.
Com as batidas em mãos, vieram ainda outras letras. Boa parte delas assinadas pelo Mateus Torreão, um dos autores da série. A ideia era fugir do estereótipo de valorização do corpo feminino, competição entre mulheres, ou algo do gênero. “A gente não queria um discurso vazio. O discurso da Michele é de que uma mulher sobe e puxa a outra, dá a mão a outra, que casa bem com a trama”, conta Leão, que contou com a participação ativa da atriz nessa conceituação. “Ela teve toda essa preocupação na parte musical, na coreografia, na diversidade dos bailarinos, na banda, que é toda de mulheres negras”, enumera o produtor musical.