Delegado Norton Luiz Ferreira conta que o motorista Ronaldo Miranda deverá ser indiciado por homicídio culposo
As investigações sobre o
trágico acidente que matou Cristiano Araújo e sua namorada, Allana Moraes, no dia 24 de junho, na BR 153 em Goiás, estão
chegando a conclusões importantes. Um relatório técnico feito pela empresa da
marca do carro do cantor, Land Rover, aponta que Ronaldo Miranda, motorista do
artista, estava a 179 km/h, cinco segundos antes dos airbags dispararem, ou
seja, antes da primeira capotada do veículo.
Em entrevista à TITITI, o
chefe de comunicação da polícia civil de Goiás, Delegado Norton Luiz Ferreira, explicou
que a montadora realizou uma investigação no módulo do veículo, ou seja, em uma
espécie de caixa preta. “Esse parecer não tem valor jurídico, mas irá
complementar o laudo da perícia oficial que mostrará toda a dinâmica do
acidente e deve sair no mais tardar nesta semana”, disse ele.
Durante o interrogatório,
logo após o acidente, Ronaldo declarou que dirigia em uma velocidade acima da
permitida, sem especificar qual. Ele também informou que fez isso por
solicitação do próprio patrão.
Se confirmada a infração,
o motorista será indiciado. “Estamos aguardando o laudo oficial, mas eu entendo
que Ronaldo responderá por homicídio culposo, quando a pessoa assume o risco,
mas não há a intenção de matar. Quem responde é o condutor, a responsabilidade
é dele”, afirma o delegado.
O delegado informa ainda que
as rodas do carro também devem ser analisadas pela perícia oficial. “No dia do
acidente, Ronaldo soube que as rodas estavam soldadas (não eram as originais).
Em um lava-rápido, onde ele passou antes de buscar Cristiano, uma pessoa o
informou do fato. E ao que tudo indica, ele não deu importância ou não tinha
conhecimento do risco que corria. Isso é um objeto de análise, mas se
contribuiu para o acidente ou não, caracteriza imprudência, já que, de qualquer
forma, ele estava acima da velocidade permitida”, relatou Norton.
Ronaldo também responderá
na área administrativa (Detran) por permitir que os passageiros andassem sem
cinto de segurança. “Ele, na condição de condutor, responsável pelo veículo,
deveria ter exigido a utilização do cinto”, explicou.
Para finalizar, Norton
Ferreira falou sobre o estado do motorista: “Ele está acabado. Gostava muito do
Cristiano e sabemos que ele está com o emocional muito abalado. Fala do amigo e
chora. A ficha demorou a cair, acredito que só agora ele está entendendo o que
de fato aconteceu”.
A assessoria de imprensa da família de Cristiano informou que
eles não vão se manifestar sobre o assunto neste momento.