A atriz mineira está afastada da TV há três anos
Conhecida por sua risada inconfundível, Thaïs Garayp abriu as portas de seu apartamento em Belo Horizonte (MG) para bater um papo com a MINHA NOVELA. De volta à capital mineira, sua terra natal, a atriz mantém a alegria mesmo com as dificuldades que a profissão de ator traz. A artista está afastada das novelas desde seu último trabalho fixo, em Sete Vidas (2015), trama em que interpretou a divertida Rosa. Thaïs até chegou a gravar uma participação em Tocs de Dalila (2017), série do Multishow, e contracenou com Heloisa Perissé, Stella Freitas e Mauricio Mattar. Mas ela não esconde a saudade que tem de fazer novela. “Infelizmente, Sete Vidas foi minha última obra inteira. Depois que a gente toma gosto de fazer novela fica difícil desapegar”, revela a artista, que contabiliza nove folhetins em seu currículo. No ar na reprise de Celebridade (2003), sua segunda trama, a atriz lembra como foi gravar cenas ao lado de Malu Mader, como a sequência em que a Maria Clara se tranca com Laura (Claudia Abreu) no banheiro e lhe dá muitas bofetadas. “Foi uma cena contundente. Fui muito bem recebida pela Malu, que foi uma graça, uma fofa. Assim fiquei mais tranquila”, lembra a artista, que sente falta dos bastidores das tramas.
Com Claudia Mello em seu último trabalho nas novelas: a Rosa de Sete Vidas. Foto: Reprodução
Vontade de trabalhar
Apesar de creditar a falta de oportunidades a vários fatores, Thaïs não sabe ao certo o motivo pelo qual não seja chamada para novos trabalhos. A princípio, ela atribui a situação por ser residente na capital mineira. “Ficar no Rio sem contrato é muito difícil por conta das despesas caras da cidade. Já em Belo Horizonte, o apartamento é meu, não tenho que pagar aluguel. Então começa pela dificuldade deles me levarem, apesar de perceber que há muitos atores de outros estados trabalhando. Eu, realmente, fiquei sem entender”, lamenta Thaïs, que avisa não ter dificuldade em se mudar para a capital fluminense por conta do trabalho. “Mas se conversassem comigo, não seria difícil pra mim. Arranjaria um jeito de ficar lá, ou de ir por minha conta. Gostar do meu trabalho acredito que eles gostam, senão não teria ficado dez anos fazendo uma novela atrás da outra, com várias oportunidades bacanas. Então eu considero a minha trajetória muito rica. Eu tenho o sentimento de que eu fui esquecida. Antes eu era mais solicitada”, relata. “É muito ruim ficar parada. Fica a sensação de inutilidade. Isso é a pior coisa. Sem falar na dúvida que pinta de acreditar que não sou tão boa como achei que eu era”, lamenta.
A Biga, de Como Uma Onda (2004), foi o primeiro papel fixo de Thaïs na televisão. Foto: Divulgação/ Rede Globo
Maior presente
Mesmo com as dificuldades, Thaïs é otimista e está de bem com a vida. A atriz está pensando em produzir uma peça clássica em Belo Horizonte. “Tem um texto que tenho vontade de montar. A gente nunca deixa de sonhar. Ainda mais o ator, cuja matéria-prima é o sonho. Vou fazer leituras com pessoas que pretendo trabalhar nesse projeto”, afirma Thaïs, que também vem se exercitando para manter a forma. “Tenho cuidado muito de mim fisicamente, com ginástica para não perder o vigor físico, porque o nosso corpo é o nosso principal instrumento de trabalho. Pretendo também voltar às aulas de canto. Minha vida artística começou pela música e não quero largar isso. Minha alma precisa disso”, conta a artista, aos 61 anos. O maior presente que a televisão deu para Thaïs foi a visibilidade e a aproximação com o público. Segundo ela, pelo menos uma pessoa no dia, a reconhece por seus trabalhos. E essa abordagem funciona como um afago. “Ajuda a você a não deprimir, isso alimenta seu sonho. A arte toca a ponto de transformar, ou fazer a pessoa olhar o mundo de outro jeito, de refletir diferente. A gente fica feliz. Eu pelo menos sou assim e acredito que o artista de verdade seja assim também”, conta.
Com Letícia Sabatella, em Desejo Proibido (2007). A atriz guarda todas as suas cenas. Foto: Divulgação/ Rede Globo