“Eu nasci para ser ator, só que naquela época (do programa Ídolos) eu ainda não sabia!”
“Eu vou ser o novo ídolo do Brasil!” Foi com essa frase que Chay surgiu na televisão há oito anos. O capixaba, que participou da quinta temporada do talent show Ídolos (2010), da Record TV, não imaginava o rumo que sua vida iria tomar e que essa frase se tornaria realidade. Aos 26 anos, o ator vem sendo muito elogiado por sua atuação e é um dos destaques de Segundo Sol, na pele do revoltado Ícaro.
ERA PRA SER
Apesar de ter sido o quarto colocado da competição musical, o canceriano saiu vitorioso, já que foi direto para a novela Rebelde (2011). “Eu nasci para ser ator, só que, naquela época, eu ainda não sabia. Meu pai (Roobertchay Rocha) foi muito importante nesse momento porque, mesmo eu não estando à vontade com essa profissão, ele me incentivou e fez toda a diferença na minha vida”, lembra o jovem, que destaca o folhetim como um momento importante. “Foi o meu primeiro trabalho e, por isso, é importantíssimo. Foi um divisor de águas, com certeza, porque eu não era ator antes e nem tinha pretensão de ser”, confessa.
Ao lado de Mel Fronckowiak em Rebelde, como Tomás, em sua primeira novela. Foto: Record TV
NOVELEIRO DE CARTEIRINHA
Apesar de ter começado pela música e de dizer que nunca sonhou em atuar, Chay sempre foi fã de novelas. “Fui muito noveleiro durante a minha infância e adolescência. Se você falar um ano, eu digo a novela que estava passando, é nesse nível (risos)”, conta. Interpretar o Ícaro na trama das 9 tem um gostinho mais do que especial para o ator. Fã do trabalho de João Emanuel Carneiro, ele está tendo a oportunidade de estrelar, pela primeira vez, uma novela do dramaturgo. “Ele não só é meu autor favorito, falando como espectador, como também é um dos mais simples e humildes que já conheci. Gosto do jeito nada óbvio com que ele monta os personagens”, elogia o canceriano, que cita várias novelas do novelista, mas classifica Avenida Brasil (2012) como a favorita.
Chay em Império, como José Alfredo. Foto: Globo
TRABALHANDO COM ÍDOLOS
Ver que agora faz parte de um universo que tanto acompanhou, é inusitado para o rapaz. “É totalmente diferente, parece que não é a mesma pessoa que via e a que faz. Eu ainda sou um espectador de novela e eu vejo de uma maneira muito diferente da que eu lido trabalhando”, revela. Mais estranho ainda é atuar ao lado de pessoas que ele sempre admirou. “Fui filho da Fernanda Montenegro com a Nathalia Timberg, em Babilônia (2015), e foi uma coisa de louco a experiência de contracenar com dois ídolos”, lembra ele, que vive, agora, uma situação parecida. “Giovanna Antonelli vai ficar P da vida comigo (risos), mas acho isso lindo de se dizer: desde que eu me entendo por gente, eu conheço o trabalho dela e admiro o que ela faz. Em O Clone (2001), ela era o meu crush (risos). Eu era criança, tinha uns 10 anos, e agora sou o filho dela”, diverte-se.
Ao lado de Luisa Arraes, Fernanda Montenegro, Laila Garin e Nathália Timberg em Babilônia. Foto: Globo/Renato Rocha Miranda
QUASE UM BAIANO
Com o sotaque bem carregado, Chay convence no papel do baiano Ícaro. Mas isso tem uma explicação. Além de ter feito uma preparação com o Eduardo Milewicz e com uma fonoaudióloga, o capixaba tem uma relação forte com as terras baianas. “Eu vou muito para Salvador, então, estou familiarizado com a cidade, com os lugares. A energia… Nada explica a chegada em Salvador”, comenta o galã, que começou a praticar capoeira para o personagem. “A capoeira é um exercício completo, realmente é difícil, exige muito mais fisicamente do que a gente imaginava e tem uma parte musical e histórica muito linda. Eu nunca tinha feito e foi uma coisa que eu gostei muito de descobrir. Quero continuar jogando, aliás, tenho feito sempre”, revela.
O casal Anna (Isabelle Drummond) e Joaquim, de Novo Mundo. Foto: Globo/Marília Cabral
O QUE TEM DE NOVO?
Em sua sexta novela, pela primeira vez, o canceriano não precisa esconder suas tatuagens. Mas, segundo ele, não é só isso que diferencia o filho de Luzia (Giovanna Antonelli) de seus outros papéis. “Eu fiz muitos caras bonzinhos, só o Comendador (José Alfredo, de Império, 2014) que era um pouco mais dúbio. O Ícaro é um personagem mais real do que os outros, tem mais lados do que simplesmente a bondade”, analisa.
Em Segundo Sol, Ícaro deixou Laureta (Adriana Esteves) caidinha por ele. Foto: Globo
VIVENDO O HOJE
Além de emendar um folhetim no outro, Chay também se dedica ao cinema. Só esse ano ele tem cinco filmes para estrear. Mas o acúmulo de trabalho não é um problema. “Quando sinto necessidade, eu paro e descanso”, garante. Muito requisitado, o capixaba não fica pensando porque é tão querido pelos diretores e autores. “Eu mais agradeço do que especulo. Não fico cogitando muito sobre o motivo porque me chamam. Mas fico sempre feliz quando lembram de mim”, diz o astro, que também não é de fazer balanço da sua carreira ou planos para o futuro. “Não analiso a minha trajetória, nem tenho pretensões. Meus sonhos vão de acordo com o que eu tenho, com o que acontece hoje”, conclui.