Paulo Leal, o médico Fernando de Chiquititas, conta como descobriu a paixão pela profissão de ator e revela os planos que traçou para 2015, após o término da novela
Tudo começou por acaso! Aos 14 anos, Paulo Leal foi
convidado por uma professora para participar da peça O Auto da Compadecida e
mal sabia ela que esse era o primeiro empurrãozinho para que o garoto se
apaixonasse por teatro. “Quando comecei a falar o que estava escrito no texto e
a caminhar pelo palco, me apaixonei por aquela sensação e percebi que atuar
seria o meu ofício”, lembra. Atualmente, na pele do dr. Fernando em Chiquititas,
o ator de 30 anos vai dirigir e roteirizar o seu primeiro filme: um
curta-metragem sobre soropositivos.
Como foi que você descobriu que realmente se tornaria um
ator?
Foi ainda na escola, aos 14 anos. Minha professora, sabendo
que eu era bom em dança e em declamar poesias, me convidou para fazer parte de
uma montagem de O Auto da Compadecida. Quando comecei a falar o que estava
escrito no texto e a caminhar pelo palco, me apaixonei por aquela sensação e
percebi que atuar seria o meu ofício. Desde então, não parei mais. Na
realidade, sempre quis ser muitas coisas, mas hoje posso ser todas elas através
do meu trabalho de ator.
Você fez vários cursos para se aprimorar e chegou a morar em
Nova York durante um tempo. Essas experiências te ajudam no trabalho de ator?
Com certeza. Não sei se é bem uma fórmula, mas acredito que
aquilo que volta pra nós é proporcional ao quanto nos dedicamos. Sou
apaixonado por pesquisa, processos de estudo e conhecer novas pessoas que
tenham diferentes experiências de vida e maneiras diferentes de olhar pra mesma
coisa. Tudo isso me acrescenta muito! Essas coisas me fazem abrir as minhas
“portas interiores” e a consequência é a minha evolução pessoal e profissional.
Como você chegou a Chiquititas?
O diretor Reynaldo
Boury me chamou para fazer um teste. Já tínhamos trabalhado juntos em outros
dois projetos: a novela angolana Minha Terra, Minha Mãe e Amor e Revolução,
também no SBT. Agradeço pela confiança que o Boury tem em mim!
Você já havia feito um trabalho para o público infantil
antes?
Sim e é maravilhoso! Agora, fazendo uma comparação,
vejo que, em Rebelde (2012), respondíamos a um público pré-adolescente e
adolescente. Em Chiquititas, é a vez da criançada sempre com o universo
imaginário latente. É linda demais essa troca.
Como é a sua relação com os fãs de Chiquititas? Rola
assédio?
A relação é linda demais e o Fernando é um presentaço. O
lado palhaço dele me permite explorar o universo lúdico. Resultado: Fernando e
as crianças dialogam de igual pra igual. Quando acontece o encontro nas ruas, é
uma extensão disso. É alegria pura!
O Fernando nem sempre é um cara bonzinho. Acha que no final
da trama ele vai mudar e deixar a Carol viver em paz com o Junior?
Ele é um ser humano, com diversas qualidades e defeitos. E
você não imagina a minha felicidade em poder trabalhar com um material destes,
com tantas nuances. Agora, se ele vai deixar a Carol viver em paz com o Junior,
ainda não sei te dizer. Será (risos)?
E como foi trabalhar na novela Minha Terra, Minha Mãe, da
Televisão Pública de Angola?
Uma experiência
incrível! Aprendi muito e ouvi lindas histórias de um continente que tenho
vontade de conhecer. Fiz amigos pra toda vida.
Como foi fazer o filme
cômico, Desculpe o Transtorno (2015)?
Foi só diversão. Minha participação não é grande, mas tive a
oportunidade de trabalhar com o Gregório Duvivier, que ainda não conhecia, e
que gostei demais. Sem contar a Dani Calabresa, uma grande amiga, que é simplesmente
genial no humor.
O que vai fazer com o
fim das gravações de Chiquititas?
Irei dirigir e roteirizar meu primeiro filme, um
curta-metragem sobre os soropositivos. A ideia surgiu com o meu convívio com
pessoas que sofreram grande preconceito por serem soropositivas. Mas a questão
principal está no auto-preconceito que elas mesmas criaram, ou seja, na não
aceitação. Infelizmente, por negarem o tratamento, não estão mais vivas hoje.