Eleita uma das cinco melhores exposições do mundo para visitar, reunião de imagens sobre a história do país em meados do século XX maravilha visitantes do IMS
Era um momento de discussões culturais e vontade de se modernizar. No Rio de Janeiro, a bossa nova; em São Paulo, a industrialização; em Brasília, a construção de uma nova capital marcada pelo governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek. Essa pluralidade nacional está explícita em 160 imagens reunidas no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro (para quem ainda não conhece a casa na Gávea onde morou o embaixador Walter Moreira Salles, pai dos cineastas Walter e João Moreira Salles, a mera visita ao local já é um programa).
Os registros em preto e branco flagram as nuances dos anos 1940 a 1964 pelo olhar – igualmente diverso em estilo e interesse – de quatro expoentes da fotografia daquele tempo: um brasileiro nato, José de Medeiros, e três brasileiros por afinidade e escolha: Marcel Gautherot, Th omaz Farkas e Hans Gunter Flieg.
São recortes múltiplos, jornalísticos como os de José Medeiros, poéticos como os de Thomas Farkas (vide a foto acima), esteticamente vanguardistas como os de Gautherot e inusitadamente plásticos e técnicos como os de Gunter Flieg. E a gente vai sentindo esse Brasil em ebulição percorrer a espinha gerando enlevo, orgulho e, vez ou outra, melancolia – pelo que o país poderia ter sido, e não foi. Mas, em todos os casos, o maravilhamento é garantido. Terra de contrastes que o Brasil é.
Talvez por isso a exposição Modernidades Fotográficas (1940-1964) tenha sido um sucesso nas quatro capitais mundiais por onde passou: Berlim, Lisboa, Paris e Madri. E foi considerada uma das cinco melhores exposições em cartaz para visitar. Os brasileiros, agora, terão seu tempo para desfrutá-la. Quem sabe mais de uma vez já que a exposição só se encerra em fevereiro de 2017.
MODERNIDADES FOTOGRÁFICAS
(1940-1964) Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro. Até 26 de fevereiro de 2017, entrada franca |
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