Dividir o quarto com o animal de estimação pode contribuir para aquele sono bom
Já que os cachorros, gatos e outros pets compartilham uma rotina com seus donos, é comum que dividam também o mesmo quarto para dormir – e quem sabe até a mesma cama. Mas, olha só, essa parceria pode ter um impacto positivo para as noites de sono, principalmente para pessoas que sofrem de ansiedade e depressão.
A companhia de um pet deixa a maioria das pessoas mais relaxada e segura, o que as ajuda a dormir melhor. É o que aponta um estudo do Centro de Medicina do Sono da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, realizado com 150 pacientes – dos quais 74 possuíam pelo menos um cachorro ou gato. Entre os donos de animais, 56% têm como hábito deixar o animal de estimação dormir na mesma cama ou quarto e 41% disseram que a presença deles é benéfica ou sem perturbações para o sono.
A psicóloga Juliana Pacheco se diz acostumada a dormir com seu gato Mandioca, que faz questão de deitar ao lado dela todas as noites. “Hoje é relaxante, embora no começo eu tivesse medo de machucá-lo, porque ele fica literalmente abraçado comigo”, conta. Passar a noite juntinho torna-se mais fácil quando se tem apenas um animal – ou quando os pets são pequenos, é claro.
Mas o benefício da companhia durante o sono se estende também para quem tem um animal ao pé da cama ou na caminha ao lado. Aliás, de acordo com o estudo americano, pessoas que dormem sozinhas na cama são as que mais relataram vantagens em dividir a noite de sono com seus pets – talvez por acordarem menos com as mexidas dos bichinhos à noite.
Devido ao conforto emocional, ter o bicho por perto reduz a ansiedade, ajudando o paciente a embalar nas oito horas contínuas de descanso, consideradas ideais. Indicação bastante positiva para quem tem problemas para dormir. Os distúrbios de sono ligados a problemas psiquiátricos (excesso de ansiedade, por exemplo) são os mais facilmente amenizados com a presença de um pet no quarto, afirma Alfredo Lara, otorrinolaringologista e especialista em sono do Hospital Cema, de São Paulo.
O especialista, fã da terapia com pets, lembra que “cada vez mais animais têm sido levados para hospitais e clínicas a fim de confortar as pessoas”. Destaca apenas que, no caso de dormir junto, o animal deve estar bem adaptado à rotina de sono, sem correr ou latir durante o descanso do dono, por exemplo. “Como médico, não recomendo dividir a mesma cama, melhor que o animal tenha a sua. É preciso cuidado nos casos de pessoas com problemas respiratórios ou de pele”, ressalta Lara.
Outros pontos de atenção para os que gostam ou querem tentar dormir juntos são o calor excessivo e o espaço ocupado pelo pet, que não podem impedir a movimentação e conforto do dono durante a noite. Mais uma adaptação ou outra, de caso para caso. De qualquer modo, vale estender um travesseiro para o cachorro na próxima noite de insônia.