De volta às novelas, como a policial Jeiza de A Força do Querer, a atriz comenta sua nova paixão pelo MMA e defende a luta pelo empoderamento feminino
Com uma bela galeria de mocinhas em seu currículo, Paolla Oliveira tem encontrado suas melhores personagens fora da zona de conforto. Foi assim com a sensual Danny Bond, da minissérie Felizes Para Sempre? (2015), e com a megera Melissa, de Além do Tempo (2015). No ar, em A Força do Querer, ela volta a interpretar um papel completamente diferente de seus antecessores. Jeiza é uma policial do Batalhão de Ações com Cães e literalmente briga para tornar uma grande lutadora de MMA.
E não há momento mais oportuno para viver uma mulher tão forte quanto a Jeiza, uma vez que movimentos feministas andam tomando conta das redes sociais. “Me sinto moderna e atual. É uma personagem que vai dialogar com todo mundo. Mais importante do que mirar numa pessoa que luta e que é policial, eu estou falando de uma mulher. Que é feminina, que provavelmente vai ter os seus problemas, irá chorar, terá um conflito amoroso. Jeiza é multifacetada”, descreve.
Assim como sua personagem, Paolla defende que cada um faz o que quer da sua vida, independente do gênero. “A Jeiza quer mostrar que a mulher pode tudo e é o que eu acho também. A gente só não consegue o que a gente não quer. É o que eu sinto, é a minha vocação. Posso tudo, basta querer”, ensina.
Filha de um policial militar e irmã de três homens, a paulista se identifica com sua protagonista quando o assunto é lutar pelo que deseja. “Eu nasci em uma família cheia de homens, com um pai super-rígido. Briguei por cada voz que tive, por cada coisa que ensinei a meu irmão a fazer diferente. ‘Falava não faz isso, é feio. Não trata a sua namorada desse jeito…’ A bandeira do feminismo é diária. A minha parte, eu fiz. O que veio pra mim de masculino, acho que não ficou nem masculino e nem feminino, ficou humana” reflete. Apesar de ainda ter muito a evoluir, Paolla acha vital valorizar as conquistas. “Quando se fala em feminismo, é legal olhar pra trás e ver o que a gente já ganhou. Só conseguimos caminhar, quando vemos o que já conquistamos. Senão a gente está sempre insatisfeito. Já conquistamos muito e que venha a caminhada, mas que a vitória esteja sempre nos nossos sorrisos”, ensina.
Um universo diferente
Fã de esportes, Paolla mergulhou no universo da luta para dar consistência à Jeiza. “Tem sido divertidíssimo, um pouco dolorido, mas divertido. Descobri a luta, as artes marciais, a defesa pessoal. Continuo minha malhação, não tem como parar. A idade vai andando e os exercícios vão caminhando junto. E a luta está somando. Sou a favor da atividade física para qualquer um. Parece que é só corpo, mas também é alma, espirito e bem estar”, afirma a estrela, que pretende continuar seus treinos de jiu-jitsu. E parece que a atriz foi fisgada mesmo pelo esporte: “Fico assistindo as lutas em casa, sei o nome de todo mundo, grito, torço. Eu achava que era só instinto e não é. Tem muito treino, é bastante técnico. É bem mais interessante do que parece!”
Outro mundo que a atriz precisou conhecer, foi o policial. Paolla frequentou o Batalhão de Ações Com Cães (BAC) para compor sua heroína. “Cheguei nesses lugares e encontrei respeito e igualdade. Peguei informações de homens e mulheres e é assim que a Jeiza vai ser”. Para esses momentos, a musa conta com seu parceiro de cena, Iron, um pastor alemão belga: “É meu companheirinho. Tem me dado um trabalho (risos)! Mas já estou apaixonada. Mal começou a novela e já estou pedindo para ficar com ele no final (risos)”.
Linda e loiríssima
Depois de escurecer o cabelo para interpretar a vilã Melissa, de Além do Tempo, Paolla está de volta à cor habitual de seus fios. “Na verdade, nunca fui tão loira assim, mas me sinto mais eu. Sempre fui loira a vida toda” releva a estrela, de 34 anos, satisfeita com seu novo visual.