O ator revela que anseia por um papel que o livre dos estereótipos
Quem vê Pierre Baitelli arrasando como o Antônio, de A Lei do Amor, nem imagina a longa carreira que o ator tem nos palcos. Aos 8 anos, o petropolitano assistiu a uma peça na escola e se encantou: “Fui ver Peter Pan e achei incrível. Ao sair do teatro, dei de cara com o ator e fiquei pensando: ‘ué, esse não é o Peter Pan (risos)!’ A possibilidade de ser outras pessoas me animou e pedi para a minha mãe me colocar no curso de teatro.”
Com 15 anos, ele resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro, para levar mais a sério os estudos de interpretação. E, desde então, fez trabalhos no teatro, na TV e no cinema, como a peça O Despertar da Primavera (2015), a novela Amor à Vida (2013), na Globo, e o filme Como Esquecer (2010). E, só agora, em A Lei do Amor, Pierre está investindo em seu lado cômico “Estive mais voltado para o drama, então, estou descobrindo isso agora. Acho mais difícil fazer cenas de humor, do que as mais sérias”, avalia.
Parceria de sucesso
Mas o ator está tendo verdadeiras “aulas” com uma mestra no assunto: Titina Medeiros, a Ruty Raquel da trama das 9. “Trabalhar com a Titina é inspirador. Ela tem um lado cômico muito presente. Estou bebendo bastante na fonte dela”, conta.
Fortes diferenças
Extrovertido e brincalhão, Antônio é bem diferente de seu intérprete. “Ele é falastrão, não tem papas na língua, fala o que quer, mesmo os maiores absurdos. Ele não se julga. Já eu sou o oposto disso”, compara. Mas uma coisa eles têm em comum: o lado conselheiro. Em A Lei do Amor, Antônio sempre é lembrado pelos amigos na hora de desabafar. E Pierre garante que também é um bom ombro amigo: “Se eu tenho um dom é o de ouvir. Gosto de aconselhar!”
Televisão x teatro
Embora ame o processo mais lento de criação no teatro, o ator está curtindo a agilidade da TV. “No set de gravação, tudo acontece de forma muito espontânea e, talvez, seja isso que esteja dando a graça do personagem. Antônio é muito espontâneo”, analisa. “Estou descobrindo o prazer de estar na TV. E tenho gostado bastante. Mas o processo artístico do teatro, com certeza, me fascina mais. Gosto de fazer pesquisas, ensaiar bastante, adoro estar em cartaz de quinta a domingo… Como estou no teatro desde muito novo, me sinto em casa”, conta Pierre, que não faz uma peça há dois anos e não vê a hora de voltar aos palcos.
Aos 33 anos, Pierre se vê atuando até ficar bem velhinho “Acho que é isso que me alimenta e me livra da minha própria loucura, das angústias, de tudo. Me tira de um mundo e me coloca em outro. Nunca pretendo parar de trabalhar e quero fazer todos os personagens possíveis”, elabora o rapaz, que anseia por um papel mais desafiador. “Sou sempre o principezinho, o filhinho da mamãe, o menino bom e eu queria muito poder viver um cortador de cana, com a pele castigada, dente podre. Um personagem que me tire do meu estereótipo”, desabafa o ator, que deve fazer a terceira temporada da série Magnifica 70.
Nos poucos dias de folga que tem, Pierre quer apenas sossego. “Gosto muito de ficar em casa lendo, ouvindo música… Ou então fugir para um lugar que tenha mato e cachoeira. É onde me recarrego”, revela.