O rapper de sucesso em todo o Brasil fala da parceria com a funkeira, dos fãs, infância, ídolos e inspirações para compor
TITITI – Como foi participar de
Mogli?
Projota – Sempre assisti a muitos filmes da Disney e recebi
esse convite com grande alegria. A música acompanhou minha infância e tem minha
interpretação. Fizemos um instrumental moderno, na linha do hip-hop, com um
toque de música africana. Muito legal fazer parte desse projeto grandioso, num
filme que tem uma mensagem importante pra toda a família.
De que forma a música surgiu na
sua vida?
Faço música desde criança, comecei a tocar violão aos 11
anos. Meu irmão mais velho (Cristiano Sabino) o comprou e fui na onda dele
aprendendo em livros de cifras. Sempre fui fã de rock… Só conheci o rap aos
15 anos, época do penúltimo disco do Racionais MC’s. Ali, minha vida deu uma
virada. Para você ter uma ideia, eu nem ouvia rap. Comecei a pegar CD do MV
Bill, dos Racionais e por aí foi.
Se não fosse cantor…
Fiz faculdade de educação física e poderia ter seguido.
Como foi sua infância?
Bastante simples, cresci na periferia, brincando na rua com
amigos. Foi uma infância muito feliz. Tenho saudade daquela época… Hoje em
dia, a violência está demais, já não se pode deixar os filhos soltos na rua.
Suas músicas sempre falam de
assuntos do cotidiano, sérios. Já passou por dificuldades?
Sim, bastante. Mas mais importante do que a dificuldade foi
a forma como superei esses obstáculos.
Como é a relação com a família?
De amor, respeito e parceria. Moro próximo da minha avó
materna, Lourdes Matta Sabino, que me criou e é tudo pra mim. Meu pai, Enésimo
Rodrigues Pereira, vive no Mato Grosso do Sul, mas sempre me visita. E estou
bem próximo do meu irmão.
Está namorando, certo?
Sim, a Tâmara Contro.
Você sempre conta com a participação de outros artistas em seus
sucessos. Como são feitas essas parcerias?
Eu escolho pessoas que admiro e com quem tenho afinidade.
Por exemplo, no DVD 3Fs, que vou lançar, tem participações especiais de Anitta,
Marcelo D2, Rashid e Kamau, e uma parceria com Buckmouth Beatz. O D2 é meu
ídolo e brother. Acredito que nosso respeito mútuo é muito real, ele me trata
de igual para igual desde o dia em que nos conhecemos anos atrás. E minha amiga
Anitta dispensa comentários. Quando estamos juntos nossa relação vai além do
trabalho. Somos o Tiago e a Larissa, amigos que se adoram e se preocupam um com
o outro. Nossa relação é do tipo “só chamar que eu vou”! É uma parceria longa e
para todas as horas. Rashid e Kamau são amigos talentosos dentro do rap. Já
Buckmouth Beatz é um grande produtor do hip-hop mundial.
O que o inspira a compor?
Não busco inspiração, ela está em tudo! Em uma conversa, um
parente, uma relação que tive, no jornal, nos acontecimentos do dia a dia. E
falo sobre tudo, né? Política, amor… tem música triste, sobre perda, morte;
as que falam dos amigos, de festa. Portão do Céu, por exemplo, é uma música
política que está fazendo bastante barulho.
Tem um lema na vida?
Tenho, sim, é foco, força e fé. E comecei a cantar
exatamente por querer transmitir uma mensagem positiva, capaz de incentivar as
pessoas a buscarem seu potencial, ultrapassar limites.
Você já ganhou troféus como
Cantor Revelação (Prêmio Jovem Brasileiro) e Artista Revelação (MTV) em 2012;
e Melhor Cantor (Prêmio Jovem
Brasileiro) e Álbum de Rap Nacional (da Retrospectiva Uol) em 2014… Como vê
isso?
E acabei de receber Disco de Ouro pelo CD Foco, Força e Fé.
E sabe o que sinto a cada conquista? Gratidão a Deus! Agradeço todos os dias
também à minha família, aos amigos e fãs que sempre estão ao meu lado, pela
oportunidade de poder escrever e fazer parte da história do hip-hop nacional.
Qual é o maior sonho?
Os profissionais que tinha já alcancei. Hoje me permito
vivê-los. E, na vida pessoal, tenho sonhos simples: casar, ter filhos, cachorro
no quintal… (risos)
O que gosta de fazer nos tempos
livres?
Tenho uma rotina bem comum, gosto de viver a vida
intensamente ao lado de pessoas de que gosto, fico em casa, cuidando dos meus
cachorros Mexirica, Polenta e minha gatinha Chuck. Também curto jogar
videogame, sair com os amigos, visitar minha avó, andar de bicicleta no parque,
de assistir a filmes, ir ao teatro, sair para jantar…
Como é a sua rotina?
Bastante corrida, entre apresentações, entrevistas,
reuniões, gravações…
De que modo lida com o assédio
das fãs?
De forma natural, sou grato a eles (os fãs), que confiam e
respeitam meu trabalho.
Qual é a maior loucura que uma
fã fez por você?
Uma quebrou a perna de um segurança meu, para subir no palco
e me abraçar. Acredito que foi uma loucura um tanto irresponsável, mas não
intencional.
Você imaginou que iria ser esse
rapper tão conhecido?
Não. Meu objetivo sempre foi ser um bom homem para minha
família, meus amigos. O sucesso da música foi consequência desse objetivo. Sou
extremamente grato pelas oportunidades que tenho na vida, mas antes de
conquistar o que possuo hoje eu já era feliz!