A atriz afirma que se reencarnasse gostaria de saber como vive o dito sexo forte
Curiosidade sobre vida após a morte todo mundo tem. Errado!
Irene Ravache, não. “Gostaria que fosse surpresa. Mas, se eu pudesse escolher,
queria voltar homem”, brinca. Em Além do Tempo, novela em que ela faz a vilã
Condessa Vitória, a reencarnação é um dos principais elementos abordados. Irene
revive agora a parceria de sucesso com Elizabeth Jhin, autora também de Eterna
Magia, que rendeu à ela indicação ao
Emmy Internacional como melhor atriz (2008). Vivendo a vilã, diz torcer para
que não sintam pena dela. “O povo esquece as maldades do personagem, o que não
é bom. É assim que vamos esquecendo as vilanias da Petrobras e tudo de errado
que nos cerca”. A Condessa vai atazanar muito Felipe (Rafael Cardoso) e Lívia
(Alinne Moraes) nos 73 capítulos que formam a primeira fase da novela. Depois,
tem uma passagem de 150 anos. Chegando aos dias atuais, a atriz vai viver a
experiência trabalhar com o neto Cadu Libonati,
de 20 anos. “Ele termina de gravar como o Jeff, de Malhação, e emenda em
Além do Tempo. Será o filho da Gema
(Louise Cardoso)”, diz Irene, avó também de Maria Luiza, de 11 anos.
Está gostando de fazer uma vilã?
Há muito tempo venho fazendo comédia, pessoas mais amáveis,
doces, delicadas. Quando veio a Vitória, fiquei bem contente. É um exercício. Começa
com a maquiagem e a roupa de época. Você fica literalmente montada! Vira uma
drag. Demora quase duas horas para eu me aprontar. Não tem maquiagem, tem meu
cabelo e a peruca, além do chapéu. E as mulheres daquela época usavam uma
bundinha. Então tem aquele negócio, meia, bota, anágua, saia. Demora para ficar
pronta. O cabelo ainda mais, porque o meu é bem fininho.
Gosta do tema que a novela aborda: a reencarnação?
Sim, gosto. Falar sobre a possibilidade de ter uma outra
existência agrada até a quem não tem fé. É uma possibilidade animadora, não é?
Uma chance para você ir além da vida já é bom. A possibilidade de poder
melhorar, evoluir de alguma forma, também me parece uma coisa muito animadora.
Se a pessoa não for um psicopata, vai gostar dessa hipótese. É um conforto, sem
dúvida.
Tem curiosidade de saber o que lhe espera além da vida?
Nenhuma curiosidade sobre isso. Gostaria que fosse surpresa.
Espero que tenha, claro, porque não gostaria que tudo terminasse assim. Mas se
alguém me disser: ‘olha, tenho uma prova para lhe dar disso’, não tenho o menor
interesse em saber. Penso que o momento da morte deve ser arrebatador,
fascinante! Quem gosta de surpresa, como eu, não quer saber o que tem do outro
lado.
Se tivesse a chance de reencarnar, como gostaria de voltar?
Homem. Seria bom vir
o outro, saber como pensa e age o sexo dito forte (risos).
Está animada para trabalhar com seu neto, o ator Cadu
Libonati?
O Papinha (Rogério Gomes, diretor de núcleo de Além do
Tempo) me mostrou as fotos dos atores que entrariam só na segunda fase. Como
sou cegueta e estava sem óculos, não reconheci que um era o meu neto (risos).
Aí falei: acho que esse eu conheço. O Papinha morreu de rir. Eu e o Cadu
fizemos uma cena juntos, quando participei de Malhação. Agora, não sei se
contracenaremos.
Como é a avó Irene?
Não me meto na vida dos meus filhos nem dos meus netos. Acho
que nos tempos atuais são eles mesmos quem dão os limites aos pais e avôs. Isso
é bom, porque muda aquela sensação de medo que era o que predominava nas
relações de pais e filhos no passado, principalmente na época em que Além do
Tempo se passa.