O ator que interpreta o Pedro de ‘A Lei do Amor’, faz uma reflexão sobre sua carreira e conta que adorou a parceria com Chay Suede, que fez seu personagem na primeira fase da nova trama das 9
Como um veleiro movido pelo vento, o amor, em sua forma mais integral e romântica, é o que balança Pedro, em A Lei do Amor. No passado, ele se apaixonou por Helô (Isabelle Drummond/ Cláudia Abreu), mas uma armação de sua família separou o casal. Vinte anos depois, o velejador está decidido a retomar a relação perdida. Após ter interpretado o obscuro Anthony, de Verdades Secretas (2015), com Pedro, Reynaldo Gianecchini volta a viver um herói clássico.
Troca de experiências
O ator recebeu o personagem de Chay Suede, que ficou quatro capítulos na pele do herói, na primeira fase da trama das 9. Reynaldo não esconde a alegria que teve ao descobrir que Chay daria vida ao Pedro antes dele. “Fiquei muito encantado com o Chay. Ele é um artista muito especial, um cara contemporâneo e superatento. Foi um prazer enorme observar como ele ia criar esse personagem”, afirma o galã.
Os atores fizeram uma preparação intensa para que as características do arquiteto ficassem uniformes em ambas as fases. “A gente teve muito tempo junto para chegar nesse personagem que foi uma composição minha e dele. A gente se observavou muito. A palavra que usamos na preparação era se contagiar, se contaminar um pelo outro. Quase que querer imitar”, revela o gatão.
Visual inusitado
Além de garra e beleza, Gianecchini emprestou sua simplicidade ao personagem. Para ele, essas características se refletem também no figurino do Pedro. “Ele não tem muita vaidade. É um cara muito solto. Está usando sempre a mesma calça jeans. E nem é roupa da moda, é bem básico. Nem fica preocupado se o cabelo está desarrumado. Ele leva isso para as duas fases”, afirma Reynaldo, que adotou cabelos e barba loiras. “Esse visual me ajudou muito na composição do personagem. É realmente ele. Mostra muito da vida dele, do que tem por trás, do que viveu”, afirma o galã, que só usou barba em cena nas novelas Esperança (2002) e Da Cor do Pecado (2004).
Memória
Aos 43 anos, Reynaldo viveu um resgate de toda a sua história com o processo de criação da trama. Ele reconhece os erros que cometeu no passado, mas exalta que eles foram importantes para seu crescimento profissional e pessoal. “Essa preparação com o Chay foi um processo terapêutico pra mim. Eu me vi muito nele, fazendo exatamente as coisas que eu fiz aos 20 anos. Ao mesmo tempo, ele me falou que é um barato enorme se imaginar em mim daqui há duas décadas. Vi muito meu passado. Tive compaixão por tudo o que vivi”, recorda o artista, que acompanhou a reprise de Laços de Família (2000), no Viva. “Agora é bom de ver, porque, na época, achava muito ruim me assistir. Tinha uma ansiedade enorme. Eu era muito verde. Depois que os anos passam, você pode curtir. Apesar da imaturidade da profissão, vi que tinha muita coisa legal em meu trabalho. Minha vontade de estar ali com o olho de quem estava querendo aprender tudo. O meu encantamento de descoberta valeu muito para o Edu”, explica.
Um novo tempo
Segundo o galã, a estrutura atual de trabalho para os atores é muito melhor do que há 16 anos. “Essa nova geração tem acesso a muita coisa. Hoje, as técnicas de preparação são ótimas. Quando comecei, não sabia nada. Fui jogado na cova dos leões e me virei com um papel enorme e uma carga horária muito grande. Ninguém tinha tempo de ficar me ensinando. Foi o momento mais louco da minha vida”, conta ele, que se sente mais seguro. “Não preciso provar nada a ninguém. Nem para mim mesmo. Não tenho mais esse peso!”, conclui.