O ator teve que dar uma pausa nas gravações da série Westworld para protagonizar a novela da Globo
Desde Mulheres Apaixonadas (2003), sua última novela, Rodrigo Santoro vem conquistando o mundo. O ator consolidou uma carreira internacional com filmes e séries de sucesso, como 300 (2006) e Lost (2006). Voltando a trabalhar em sua terra natal, o fluminense brinda o público com seu talento, nos 24 primeiros capítulos de Velho Chico.
Me senti afastado do público de novela há muito tempo e vi a necessidade de voltar o quanto antes. O convite veio exatamente no momento em que tive uma pausa na série americana que estou gravando (Westworld). Sempre foi muito difícil dividir os trabalhos no exterior e no Brasil. Além disso, queria trabalhar novamente com o Luiz Fernando (Carvalho, diretor artístico), com quem fiz Hoje é Dia de Maria (2005). A ideia de interpretar o texto do Benedito (Ruy Barbosa), autor com quem nunca havia trabalhado, também aguçou a minha curiosidade. E também foi a bela história e o personagem. Tudo isso me encheu os olhos, o coração e me deu vontade de fazer. É uma síntese da alegria que sinto, do prazer que tive em poder trabalhar de novo em casa.
É um personagem que vive emoções fortíssimas. Não é necessariamente um bom exemplo a ser seguido. Afrânio tem uma série de conflitos e um modo bastante particular de lidar com as situações.
Vi coisas que me comoveram muito. Tomei banho num caminhão pipa, que era a única fonte de água para a comunidade local, com as crianças que estavam ali. Quando a gente chegou, toda a comunidade veio em nossa direção, mas, na verdade, eles estavam interessados no caminhão pipa. A gente não consegue definir as emoções. O ser humano é complexo demais para a gente ter definições.
Por alguns, sim. Os que me reconheceram me trataram com muito carinho. Fiquei encantado. Essas pessoas estão em contato com a vida de verdade, com a natureza, com coisas muito valiosas.
Muito calor. Estávamos no auge do verão, em pleno recôncavo baiano, com roupas de época. Transpirei demais. Posso dizer que esse trabalho foi suado, literalmente (risos).
Esse trabalho de caracterização demora algumas horas por dia. Estou curtindo muito o visual e tem tudo a ver com o personagem: selvagem. Como diz no nordeste, o Afrânio é arretado e destemperado.
No momento, não vai dar pra pensar em novela. Estou gravando a série Westworld, nos Estados Unidos. Trabalhos mais longos são bem mais difíceis de eu conseguir estruturar, pela dinâmica que minha vida se encontra agora.
Não existe isso. É como comparar dois filhos. Não tem como escolher o filho que a gente gosta mais. A gente ama os dois e pronto. Com o trabalho é a mesma situação.