Quatro meses depois da estreia da novela, a artista vive a transexual artista do show business Úrsula Andressa. “Só ver o meu nome aparecer nos créditos da novela já foi o máximo!”
Desde a estreia de Babilônia, há quatro meses, Rogéria tinha
seu nome nos créditos da abertura da novela. A artista, de 72 anos, não via a
hora de começar a gravar. Finalmente, no capítulo de terça-feira, dia 7, entrou
em cena a veterana artista do show business Úrsula Andressa. A transexual é pai
do traficante Osvaldo (Werner Schünemann), atualmente preso, e avó de Gabi
(Kizi Vaz). MINHA NOVELA teve uma conversa longa com o ator e atriz, como ela
se define. “Se a Úrsula tem como referência a Úrsula Andress, a Rogéria tem a
Marilyn Monroe, a Bette Davis, a Fernanda Montenegro. Mas a minha deusa é a
Bibi Ferreira, ela que me colocou na TV pela primeira vez”, conta a artista.
DEMORA PARA ESTREAR
“Sabia que ia entrar na novela a qualquer momento. Só ver o
meu nome aparecer nos créditos já foi o máximo. Recebi vários telefonemas
maravilhosos de amigas e amigos me parabenizando. E aquela notinha que saiu no
jornal dizendo que eu tinha reclamado é mentira”.
PRIMEIRO DIA
“Saí de casa às 5h30 e cheguei ao Projac com muita energia e
disposição. Me botaram um figurino que era um arraso. Nem em Paris eu me vesti
assim. Fiquei no saltão até tarde”.
TRAVESTI OU TRANSEXUAL?
“Não tenho definição. Nem travesti, transformista, drag
queen, transexual. Eu sou um artista que recebe a Rogéria. Surgi como Rogéria,
sem sigla. Hoje posso dizer que sou uma transexual por causa da Úrsula. Estou
adorando, porque estou ajudando minhas amigas, defendendo a causa delas, fui eu
quem abri o caminho para elas com a minha arte”.
A IMPORTÂNCIA DA RELIGIÃO
“Sou católica, rezo, vou à missa. Eu tenho a luz de Cristo.
Respeito todo o mundo, por isso sou respeitada. Recebo carinho desse povo
maravilhoso. Tenho fãs evangélicos, espíritas, católicos, muçulmanos e por aí
vai”.
FAMA INDISCUTÍVEL
“Após as mortes de Renato Russo e Clodovil, que eram
maravilhosos e meus amigos, sou o gay mais famoso do Brasil”.
AVÓ NA VIDA REAL
“Seria uma avó rígida. Neto meu teria que estudar. Estudo é
tudo. O gay, por exemplo, tem que estudar para se defender, ter consciência das
coisas”.
MORADORA DO LEME
“Moro no Leme há muitos anos. Eu adoro! Foi a maior
coincidência a Úrsula também ser moradora do bairro. Não troco o Leme nem por
Paris”.
MULHERÃO
“Não sou uma mulher, mas me pareço muito. Tenho mãos de mulher e cabelo. Aliás, o meu cabelo foi a cereja do bolo
para me tornar mulher”.