Ele, que interpreta o personagem Fausto, sairá de cena após desmascarar Magnólia (Vera Holtz)
Mesmo fazendo um personagem que está entrevado em uma cama, por conta de um atentado, Tarcísio Meira faz de Fausto, um tipo inesquecível. Ele guarda vários segredos da família Leitão e é uma das peças-chaves de A Lei do Amor. O empresário retomou a coordenação motora e a fala, mas sairá de cena no capítulo 104, após desmascarar sua esposa megera, Magnólia (Vera Holtz). “Fausto é um bandido que quer ser bom. É uma novela que tem muitos mistérios, inclusive, para os atores”, avisa o grande Tarcísio, aos 81 anos.
Metamorfose ambulante
O grande ator defende Fausto com unhas e dentes e afirma que seu personagem é humano, apesar de ter cometido muitos erros no passado. “Eu acredito na regeneração humana. Nós estamos mudando o tempo todo. Somos mutantes! Eu mesmo fiz coisas em minha vida das quais eu não gostaria de ter feito. O simples fato de me arrepender mostra que eu mudei”, afirma o paulistano, que emendou duas novelas das 9, Velho Chico (2016) e A Lei do Amor, apesar da primeira ter sido apenas uma participação especial.
De olho na política
Se em A Lei do Amor, Fausto foi um político astuto, em Velho Chico, o Jacinto Sá Ribeiro (o coronel Saruê) mandava e desmandava em várias áreas localizadas à beira do rio São Francisco. Dois personagens que discutiram um assunto importante: a política. “O desânimo nos deu uma coragem grande, de que as coisas estão mudando mais rapidamente. Isso é ótimo. O povo nunca teve uma oportunidade como agora de fazer julgamentos”, afirma Tarcísio.
Sem rótulos
Considerado o maior galã de nossas novelas, Tarcísio rejeita o posto e afirma que interpretar o herói é dificílimo. “O galã é uma figura que surgiu no teatro antigo que definia um ator que fazia o papel romântico. Esses são os piores personagens, porque são papéis insípidos, insólitos e incolores. É um tipo que tem que ser assimilado por todos, tanto mulheres quanto homens. Fazer papel de galã é muito chato!”, desabafa. “Eu desempenho meus papéis com muito empenho e amor. Mesmo os que foram muito maçantes de serem feitos. Esses, inclusive, eu procurei mostrá-los da maneira mais convincente possível. Acreditava neles e me preocupava que as pessoas também acreditassem. É muito chato ser uma referência de galã. Porque esse rótulo vem carregado de preconceito. Nunca assumi o rótulo, jamais me senti um galã. Sempre me considerei apenas um ator, um modesto ator”, completa o mestre.