Em entrevista, o ator fala sobre os desafios de seu personagem e revela como é fazer, pela primeira vez, uma novela de época
Terceiro papel fixo em uma novela. E três vezes protagonista. Talento e dedicação ao trabalho é o que move Sergio Guizé, que topou dar vida a Candinho, antes mesmo de começar a gravar Alto Astral (2014). Desafio para o ator de 35 anos, que estreia em uma trama de época e no horário das 6. “Estou amando fazer o Candinho e passar uma mensagem de otimismo”, revela o artista que está feliz da vida ao lado da namorada, Nathália Dill. Sergio exalta São Paulo, cidade que o acolheu, e o amor pela natureza e pelos animais.
O Candinho é bem diferente de mim. Tento aproveitar meus defeitos e qualidades para o personagem, apesar de achar que ele tem muito mais virtudes do que eu. Viver em um mundo inocente e otimista é uma coisa incomum.
A relação do Candinho com a natureza é fantástica. Sou de um lugar muito industrial (Santo André, SP) e sempre sonhei em largar tudo e ir para uma fazenda. Estou amando fazer o Candinho e passar uma mensagem de otimismo para o público. Sem falar em outros desafios, como contracenar com um burro.
Acho que ele é mais inteligente do que eu. O Policarpo é o Juca, e tem 19 anos. A gente aproveita o que ele tem para oferecer, até o que dá errado. Candinho vê o Policarpo como o melhor amigo dele. Rola uma química, uma bela comunicação entre os dois.
Sim, um cachorro, o Gustavo. Sempre tive bichos e tinha mania de pegar e criar. Até pombo e escorpião, que eu cuidava escondido. E duas pererecas, que matei sem querer. Elas ficavam numa lata com água e eu levei pra escola e deixei no telhado. Esqueci lá e elas morreram cozidas.
Nem imagino como seria procurar alguém que “não existe”. Eu tinha um sonho recorrente em que caía no oceano e acordava. Acho que é isso, de você não saber o que fazer naquele lugar. Candinho não sabe nem o que é São Paulo.
Sempre quis fazer novela de época e fico triste por ver que sobrou pouco em São Paulo do que havia antigamente. O que tem me incomodado nesses dias é isso: ver que precisamos, infelizmente, usar cidade cenográfica porque não há muitas das construções antigas preservadas.
Eu amo São Paulo. No tempo que morei lá, vi muitas peças e fiz muitas também. Gosto demais da cidade, afinal, meus amigos moram lá. Mas quando estou trabalhando fico focado. Tenho uma casa no Bixiga, e minha família está em Santo André, onde fiz aula de teatro e me chamaram para trabalhar. Um produtor de elenco da Globo me convidou para participar de Da Cor do Pecado (2004) e vim para o Rio. Durante Alto Astral você começou a pintar.
Candinho me traz outro mundo de cores e temas. Me faz falta pintar. É um processo criativo, estava só tocando com a minha banda (Tio Che). Sempre que posso e tenho lugar, eu pinto. Eu ia expor depois de Alto Astral, tenho muitos quadros e queria pedir desculpas aos meus amigos, porque tem quadros nas casas de várias pessoas. Muita gente me procura pedindo para comprar, mas estou guardando para uma exposição.