A atriz, que interpreta a Judite de Os Dez Mandamentos, levanta a bandeira contra a violência doméstica
“Sou a favor do amor e não da dor!”. É assim que Nanda
Ziegler se define, quando reflete sobre a situação de sua personagem Judite, em
Os Dez Mandamentos. Casada há nove anos com o diretor Alexandre Avancini, ela
prioriza a família e a relação especial de amor que vive, enquanto na ficção
interpreta uma das muitas mulheres vítimas da violência doméstica, que acontece
até hoje. Já “especialista” em tramas bíblicas, ela conversou com a MINHA
NOVELA e contou sobre a preparação para sua personagem e os temas atuais da
novela milenar.
Você fez José do Egito e, agora, Os Dez Mandamentos. O que
mais atrai o público para este tema?
Acho que uma novela bem realizada é o que realmente atrai o
público, independentemente da temática. Vivian de Oliveira (autora) soube
transpor brilhantemente para o papel as histórias bíblicas de uma forma em que
falamos de três mil anos atrás com conflitos referentes ao mundo atual.
Como é trabalhar com o Alexandre? Vocês trocam figurinhas?
Sempre trocamos figurinhas… E isso agrega e muito ao nosso
trabalho. Termos assuntos em comum torna nosso trabalho e a vida pessoal mais
agradáveis. Quando se trata da temática de uma novela, podemos estudar juntos e
entender melhor sobre os costumes e cultura de cada trabalho.
Como foi a sua preparação para encarnar a sofrida Judite?
Quis me inteirar com os costumes daquela época. Vi filmes
como Os Dez Mandamentos (1956), Gladiador (2000) e a aclamada série Game of
Thrones, que me ajudaram a entender o tom da minha personagem. Fiz também
laboratório como depenar galinha, trabalhar na lavoura e fazer cozidos.
Por que Judite se submete a tanto sofrimento ao lado de
Apuki?
Ela luta por uma família unida. Quer que, um dia, eles sejam
felizes. Mesmo diante de todo sofrimento, ela ama Apuki (Heitor Martinez).
Até onde você iria por amor?
Por um amor puro e
verdadeiro não vejo limitações. Chegaria ao céu e ao inferno. Mas claro, não
aceito violência!
O que você pensa sobre esta violência que ocorre até hoje?
O que me vem à cabeça é a Lei Maria da Penha. As mulheres
que ainda não denunciaram seus maridos violentos devem pensar na
responsabilidade de criar seus filhos com exemplos de falta de amor e violência
em seus lares. Ou pensar em si mesmas! Passaram-se três mil anos e ainda
estamos falando sobre esse assunto.
Como concilia trabalho e família?
Tento me dedicar aos momentos especiais ao lado do
Alexandre, do meu filho, Enrico, de 7 anos, e da minha enteada Valentina, de
12. Sou prática e objetiva. Tudo dá certo para quem ama o que faz.