Assim como Vinícius, seu personagem em Babilônia, ele acredita em um país melhor e torce para que a teledramaturgia consiga ajudar a diminuir todos os preconceitos que assolam a nossa sociedade
Em Babilônia, ele é um cara boa pinta, que gosta de praticar
esportes e acredita em um país mais justo. Fora de cena, é praticamente o seu
espelho. Quando aceitou o convite para fazer um dos protagonistas da trama das
9, Thiago Fragoso não imaginava ter tanto em comum com o seu personagem: “Assim
como eu, o Vinícius é um cara otimista, daqueles que acreditam em um Brasil
menos corrupto”. Acostumado a enxergar a vida de forma positiva, o ator vê na
teledramaturgia uma ferramenta contra o preconceito, ao exibir histórias como a
de Niko e Félix (Mateus Solano), em Amor à Vida (2013), da qual se orgulha em
ter feito parte. “Foi um passo grande que eles deram. Fico feliz de ter
contribuído para esse momento”, afirma o carioca, de 33 anos, que se preparou
de corpo e alma para integrar o elenco de Babilônia: “Perdi mais de 10kg com
uma dieta maravilhosa, chamada vergonha na cara (risos)!”
De cara, a Regina (Camila Pitanga) classifica o Vinícius
como playboy. É isso mesmo?
Nem um pouco. Regina acaba tendo um preconceito reverso,
como a gente diz. Ela mora no morro, mas olha para ele e pensa que é um
riquinho que só quer se aproveitar, que acha ela uma qualquer. E não é nada
disso. Vinícius se encanta pela Regina e fica com vontade de conhecê-la.
Então, quem é esse cara?
Ele é um advogado, que joga vôlei de praia, é descolado,
tranquilão e totalmente cabeça aberta para a vida. Assim como eu, ele é um cara
otimista, daqueles que acreditam em um Brasil menos corrupto e com mais ética.
Eu também almejo que o Brasil mude e que isso dê frutos lá na frente.
Como você procura passar esses valores para o seu filho?
No dia a dia. O
Benjamin está com quatro anos, aquele momento em que tem que explicar que
mentir, por exemplo, não é legal. Quando ele chega da escola e fala que quer
mexer no tablet do papai, porque não fez besteira, eu questiono: ‘Não fez?
Mostra a agenda (risos)’. E, se vejo que ele mentiu, sento para conversar. O
trabalho de construir a ética e os valores é de ralação, de insistência. Quando
a gente deixa isso frouxo, esses valores também ficam frouxos.
Em Lado a Lado, você e Camila Pitanga trabalharam juntos.
Está gostando de repetir a parceria?
A Camila é o máximo,
uma parceira gente boa, astral to tal e atriz superdedicada, caxias mesmo
(risos). E eu sou também, então, é bom porque a gente bate texto, fala sobre a
cena. Poder trabalhar sem melindres é maravilhoso.
Você está nitidamente mais magro. Como foi esse processo?
Perdi mais de 10 kg com uma dieta incrível, chamada vergonha
na cara (risos). Não tem mágica, tem que fechar a boca e fazer exercícios,
ingerir menos calorias do que você gasta. A fórmula é ser saudável e tentar uma
reeducação alimentar. E a minha mulher (a também atriz Mariana Vaz), para me
ajudar, começou a cozinhar pratos superlights.
Mantém uma rotina de exercícios?
Eu voltei a uma rotina mais forte de atividades físicas.
Acordo, vou nadar e dou uma corrida. Botamos uma esteira na sala. Se você
sentar 10 minutos no sofá, ela olha para você, como quem diz: “Tá brincando,
né? Em 10 minutos você vem aqui e corre um quilômetro, rápido (risos)”
O beijo entre as personagens de Fernanda Montenegro e
Nathalia Timberg foi criticado por algumas pessoas.É de se admirar que
ainda exista esse preconceito?
Ainda há o tabu em cima disso. Ainda tem grandes
setores da sociedade que são preconceituosos e pessoas que, simplesmente por
uma questão de gosto, não aceitam e não querem ver isso na TV. Um gosto
disfarçado de preconceito. Fernanda Montenegro e a Nathalia Timberg são atrizes
admiráveis e têm uma estrela maravilhosa.
O relacionamento de Niko e Félix ajudou a combater a
homofobia?
A gente quebrou a primeira barreira e foi um passo grande
que eles deram. Hoje, pensamos com mais liberdade nas possibilidades para dois
atores em cena e fico feliz de ter contribuído para essa fase da nossa
dramaturgia.