Situado em Nova York, o Museum of Food and Drink (Mofad) faz da comida objeto de reflexão, aprendizado e divertimento
Quem preza a saúde deve se importar com o que come. E, quanto mais esclarecimento tiver a respeito do universo culinário, melhores serão as escolhas à mesa – o que também impacta positivamente o planeta. Essa convicção norteia a filosofia do Museum of Food and Drink (Mofad), inaugurado no final de 2015 no Brooklyn, em Nova York. Um galpão lúdico e despojado concebido para que os visitantes possam degustar, cheirar, apalpar, observar e se surpreender com curiosidades, dados e informações reveladoras sobre o mundo da gastronomia e a indústria alimentícia. A bem-humorada exposição Flavor: Making it and Faking it (Sabor: Fabricando-o e Imitando-o), por exemplo, permitiu que o público conhecesse as artimanhas científicas e tecnológicas envolvidas na criação dos sabores artificiais presentes na maioria dos alimentos industrializados, além da história dos sabores criados em laboratório, que remonta à Alemanha do século 19, quando cientistas germânicos reproduziram pela primeira vez o delicioso sabor da baunilha. A mostra também explicou como nosso cérebro precisa decodifi car os aromas para que então possamos saborear o que nos chega à boca, diferenciando o doce do salgado, do amargo, do azedo, do apimentado. Destacou ainda o umami, sabor descoberto pelo professor Kikunae Ikeda e aceito pela comunidade científica em 2000 (a palavra japonesa significa gosto delicioso e identifica uma harmonia de gostos disparada, por exemplo, pelo aminoácido glutamato, componente do shoyu). “Comida é cultura. É muito mais do que simplesmente o que colocamos no prato. É um denominador comum dos relacionamentos humanos”, filosofa Peter Kim, diretor -executivo da instituição. Para ele, a melhor maneira de ampliar os horizontes gastronômicos é provando, cheirando, pensando e se divertindo. Por isso, o plano é que o espaço siga crescendo. “O tema da alimentação merece um museu com as proporções do Museu Metropolitano de Arte”, compara Kim. Em novembro, quando o museu reabre depois de uma breve reforma, está prevista uma exibição sobre a culinária chinesa.