Obcecada por casamentos em Orgulho e Paixão, na pele da hilariante Ofélia, a atriz revela que nunca sonhou com o matrimônio e a maternidade
As brigas entre irmãs, os momentos de alegria e as confidências sobre a primeira paixão. Criada numa casa com quatro mulheres, não foi difícil para Vera Holtz embarcar no universo da Ofélia, de Orgulho e Paixão. Em bate papo com a MINHA NOVELA, a atriz, que está brilhando na pele da matriarca, revela que, diferente de sua personagem, nunca teve o casamento como um objetivo de vida. “Com 12 anos, eu falei para minha mãe que não ia casar: ‘pode dar esse enxoval que eu não quero!’ Mas já estava pronto (risos)”, lembra. Com personalidade semelhante à de Elisabeta (Nathalia Dill), a atriz sempre foi em busca de seus sonhos. “Eu casei com o meu trabalho e com as minhas escolhas”, afirma, aos 64 anos.
Em Orgulho e Paixão, a grande missão de Ofélia na vida é casar as cinco filhas. Foto: TV Globo
POR QUE NÃO?
Para a paulista, o matrimônio não é indispensável e sim, uma escolha. “É um lindo tempo de espera para você chegar ao fim, ao lado de um parceiro que você escolheu para dividir a vida”, explica. Apesar de nunca ter sonhado com isso, Vera não descarta a possibilidade. “Acho uma bela escolha para quem desejar. Dou força! Case o quanto mais cedo ou o quanto mais velho. Eu também, se tiver um parceiro que me inspire para o casamento, eu não vou abrir mão dessa possibilidade”, avisa.
MATERNIDADE
Mãe de cinco mulheres na TV, a leonina sempre soube que a maternidade não era para ela. “Desde muito cedo já estava determinado na minha cabeça, intuitivamente, que a escolha pelos filhos não seria a minha primeira opção. Com 12 anos eu já sabia que não queria ter filhos”, revela a paulista, que sentia a cobrança pela maternidade. “A cobrança começa quando sua mãe compra o primeiro tecido para fazer o enxoval ou quando separa os sacos de linho pra você aprender a bordar”, lembra. “Cobravam, mas eu falava que não era a minha temática. Sempre defendi muito as mulheres que não queriam ter filhos. Hoje essa cobrança é bem menor, acho que na nossa geração teve um agravante menor que é ela se auto-cobrar”, acredita.
Vera Viral é sucesso na internet e tem mais de um milhão de seguidores. Foto: Instagram
REFERÊNCIA
Sempre fugindo do excesso de exposição, Vera relutou para entrar nas redes sociais. Postar sobre o seu dia a dia não faz seu estilo. “Ninguém acredita mas sou um pouco tímida”, assume. Sucesso no Instagram e no Facebook, ela viu na arte uma forma de se comunicar com as pessoas. “Quando descobri essas plataformas percebi que a Vera, que fez artes plásticas, começou a aparecer e a se refinar. A imagem para mim é uma grande forma de comunicação para comentar os fatos sociais, é simbólica”, explica a estrela que, até hoje se surpreende com a repercussão de suas postagens. “Nunca imaginei que eu pudesse me comunicar com uma geração às vezes bem novinha”, conta. Vera Viral acabou se tornando uma referência de feminismo: “Já até me mandaram coisas bacanas como: ‘assumi meu cabelo branco por sua causa’. Fico muito honrada.”
Vera estreou na TV ao lado de Tato, em Que Rei Sou Eu? Foto: TV Globo
REENCONTRO
Vera deixou Tatuí, no interior de São Paulo, para buscar seus sonhos e, em 1989 estreou na Globo, em Que Rei Sou Eu?, ao lado de Tato Gabus Mendes. Reencontra-lo em Orgulho e Paixão está sendo mais do que especial. “O primeiro beijo que fiz na TV foi com ele. Eu morria de vergonha, porque não entendia desse universo. Tato, muito delicado, pacientemente esperou para dar o beijo e saiu todo sem graça: 30 anos depois o reencontro e foi lindo”, festeja. Questiona se aquela Vera tímida, do passado, imaginava que conquistaria tanta coisa, a estrela é direta: “Sempre fui ambiciosa, não saí de casa à passeio. Não sabia que as barreiras eram tão grandes, mas o obstáculo que viesse na minha frente eu pulava, sempre encarei a vida assim!”, conclui.