Ele vive Giuseppe, em Cúmplices de um Resgate, do SBT
No ar em Cúmplices de um Resgate, como o bem-humorado Giuseppe, Vicentini Gomez tem uma galeria de personagens italianos na televisão. Na 16ª temporada de Malhação, ele interpretou o mafioso Dom Cornélio e, em Cama de Gato (2009), deu vida a Paolo Bianchi. “Antes de tudo, defino de qual região da Itália o personagem é e, assim, estudo o sotaque e a maneira de agir. É por isso que eles são tão diferentes. Giuseppe, por exemplo, veio do Sul da Itália, é simples, humilde e do povo”, conta o especialista. Mas, antes de se consagrar como ator e cineasta, Vicentini precisou sair da fazenda do pai no Paraná e encarar a cidade grande: “Eu nunca havia ouvido falar em teatro e a minha professora perguntou se eu gostaria de participar de uma peça de Páscoa, que teria na escola, em Londrina. Aceitei e, desde então, não parei mais”. Em São Paulo, Vicentini até pensou em cursar Direito, mas era pela arte que ele estava realmente encantado.
Qual vocação surgiu primeiro: a de ser ator ou cineasta?
Uma coisa me levou a outra. Eu estudei direção para a TV e para o cinema ao mesmo tempo e acabei descobrindo que são linguagens diferentes. Simultaneamente a tudo isso, eu também atuava. Hoje, já tenho quase 40 anos de carreira e não consigo definir do que gosto mais. A televisão possui histórias que podem ser contadas com mais tempo, como as novelas. Já o cinema tem planos mais abertos, a trama é narrada de forma mais rápida.
E como você descobriu que gostava de atuar também?
Quando eu era criança, morava na fazenda do meu pai, no interior do Paraná. Um dia, fomos para Londrina e eu nunca havia ouvido falar em teatro. A minha professora perguntou se eu gostaria de participar de uma peça de Páscoa, eu aceitei e não parei mais. Apesar do tempo, ainda não sei descrever o que é teatro, mas é uma profissão incrível. Vim para São Paulo para estudar Direito, mas resolvi investir no que sempre gostei: cinema, direção e teatro.
Você também tem experiência no circo. Como foi essa fase?
O circo me ajudou muito, principalmente, na atuação. Graças a isso desenvolvi o meu lado cômico. Mas, nessa época, também ganhei a minha vida como palhaço e mímico. São boas lembranças.
Como cineasta, qual foi o filme que você mais gostou de fazer?
Eu gosto de todos, mas o longa Porto das Monções (2008), demandou muito empenho, pesquisa e força de vontade, já que não tínhamos dinheiro. Quando vejo como é reconhecido, sobretudo em universidades, fico muito feliz. É um trabalho gostoso de assistir.
E como é viver o Giuseppe em Cúmplices de um Resgate?
É uma delícia. O Giuseppe é do núcleo cômico da novela e adoro isso. A história dele, da Nina (Mira Haar) e da Fiorina (Bárbara Bruno) sempre me faz dar boas risadas.
Antes de participar da novela do SBT, você já havia feito outros trabalhos infantis?
Bem… Fiz peças de teatro e participei do programa Mundo da Lua (1991/1992), na Cultura. O melhor desses trabalhos infantis é o público. O assédio deles é forte, são fiéis e muito carinhosos. Nas redes sociais é uma loucura.
Que conselho você dá para quem sonha em ser ator?
Hoje, com a internet, temos um leque enorme de possibilidades e os jovens devem aproveitar isso. A minha dica para quem quer ser ator é: estude. Atuar não é apenas decorar um texto, mas entender de interpretação. Para compor um personagem, sempre olhe para ele como a terceira pessoa, nunca o leve para dentro da sua vida pessoal. O personagem é sempre maior do que quem o interpreta.