Nos cinemas, a trajetória do mestre espiritual Paramahansa Yogananda mostra como ele ensinou milhares de pessoas a se conectarem com Deus por meio da disciplina do corpo e da mente. Na plateia, a sensação de que o filme mais do que emociona, eleva
“Vocês correm tanto. Só pensam nas contas a pagar. E, com isso, não têm tempo para a bem-aventurança.” Paramahansa Yogananda (1893-1952), autor do clássico Autobiografia de um Iogue (Self-Realization Fellowship), fez essa observação na América dos anos 1920. Ele havia recém-chegado aos Estados Unidos para disseminar a ciência da Kriya Yoga, técnica ancorada na meditação precedida por exercícios de energização. Com muito amor e trabalho de formiguinha, foi deixando de ser um exótico estrangeiro para habitar o coração de seus seguidores como mostra o documentário Awake – A Vida de Yogananda, produzido pela CounterPoint em parceria com a Roco Films.
Com sua voz marcante, resgatada de áudios originais, o guru narra sua própria história em alguns momentos; em outros, o ator indiano Anupam Kher lê as palavras do mestre. Emocionante. Assim como seu convite para que vivenciemos o divino dentro de nós. “Era de extrema importância que o filme fosse experiencial, não apenas informativo, e que nós convidássemos os espectadores para uma jornada de expansão de consciência”, ressalta a diretora Paola di Florio, que trabalhou em parceria com Lisa Leeman, ambas norte-americanas.
De fato, algo profundo acontece no decorrer da projeção. Será que são os olhos magnéticos de Yogananda? As cenas banhadas em uma luz transcendental? O oceano, metáfora para a consciência, se esparramando pela telona? A diretora desvenda o mistério. “Criamos momentos de tranquilidade, através dos quais os espectadores podem entrar e sair de ‘meditações cinematográficas’”.
O filme também impressiona pelos relatos dos primeiros discípulos do indiano, intercalados com os de neurocientistas. Fica claro que o santo antecipou o que os próximos anos vão sacramentar: o casamento entre a ciência e a fé.