O ator que interpreta o Guilherme de ‘Rock Story’, volta às novelas após dez anos dedicado aos seriados
Do som estridente da guitarra saem as lamúrias de Guilherme Santiago, o impulsivo roqueiro vivido por Vladimir Brichta, em Rock Story. O ator está feliz da vida com seu retorno às novelas, produto do qual esteve afastado por dez anos, desde o fim de Belíssima (2005). Nesse tempo, Vladimir se dedicou às séries, como Tapas & Beijos, cujo último episódio foi exibido em 2015. Para dar vida ao protagonista da nova trama das 7, o mineiro (e baiano de coração) teve que soltar o gogó, mas o maior problema não foi cantar. “A parte de tocar é muito mais difícil. Toco violão bem fajuto, por isso, tive aulas de guitarra. Mas a música é muito presente em minha vida. Escuto sempre que possível e cantarolo quando estou feliz”, revela o ator de 40 anos.
Como é voltar às novelas?
Muita coisa mudou na produção de novelas. Estou achando melhor, talvez tenha a ver com minha maturidade e a experiência que acumulei. Mas acho que também tem a ver com o desenvolvimento da televisão. Hoje, a gente trabalha com o mesmo equipamento que faz cinema e trazemos referências das séries. Ao mesmo tempo, se reinventa o folhetim. Me sinto bem à vontade voltando às novelas nesse atual momento da TV.
Por que ficou afastado tanto tempo dos folhetins?
Foi uma opção. Quando terminou Belíssima, entrei numa crise pessoal. Achei que não estava trabalhando a contento. Negociei com a Globo um tempo e preferi, naquele momento, me dedicar ao teatro. Estava muito angustiado, porque não conseguia fazer peças como eu queria. Isso afetou o meu rendimento na televisão.
Não incomoda por ter ficado marcado pelos papéis cômicos?
Mesmo nas novelas, fazia papéis de humor, desde quando comecei em 2001 (em Porto dos Milagres). É um universo que me agrada e acho que sei fazer aquilo. É muito bom voltar às novelas em um papel que não seja de humor. Claro que tem situações engraçadas, mas não preciso lançar mão do tom da comédia. É muito legal para o público que me acompanha só pela televisão me ver em outro gênero.
Como é dar vida a um personagem impulsivo como o Gui?
Ele é mais explosivo, brinca com o estereótipo do roqueiro. E acaba cometendo erros por ser tão impulsivo. Mas o interessante é observar a curva do personagem. À medida que o filho entra na vida do Gui ele vai amadurecendo.
É você mesmo que canta as músicas do personagem?
Sim. Eu queria ter a experiência de cantar e tocar ao mesmo tempo, mas é complicado. Gravei as músicas e, quando entro em cena, uso o playback. Mas queria ter feito as duas coisas ao mesmo tempo.
Está ouvindo muito rock?
Sim. Até então só ouvia rock nacional. Minha praia é mais Caetano (Veloso), Gil (Gilberto), Lenine… Mas resolvi ouvir o que influenciou o rock nacional: The Clash, The Cure, The Jam, entre outras bandas que não ouvia muito.
Como é discutir os conflitos da fama numa novela?
O papel do artista é entreter, alegrar, emocionar, fazer o outro pensar. Quando se busca muito a fama isso se perde. Você pode até mobilizar o espectador, mas acaba movido à vaidade e aí perde o foco.