A atriz afirma que ser médica não facilitou sua vida na novela das 11
“Acho que o Mario Teixeira escreveu a Ascensão pra mim”, diverte- se Zezé Polessa sobre sua personagem em Liberdade, Liberdade. A brincadeira refere-se ao fato de a “bruxa” socorrer a todos os personagens de Vila Rica. E Zezé também é formada em Medicina. Mas nem a graduação livrou a carioca, de 62 anos, de momentos de aflição nas gravações. Quando Ascensão achou um cadáver no rio e constatou que ele não morreu afogado, porque o pulmão estava seco, ela admite que sentiu repulsa. “Fiz uma verdadeira autópsia (risos). O que o Mario não sabe é que larguei a Medicina porque não podia ver sangue. E quando tive que lamber o sangue da Virgínia (Lília Cabral)? Mesmo sendo cenográfico, quase desmaiei”, gargalha.
Caça à bruxa
Na reta final da novela, Ascensão virou foragida da Justiça, acusada de bruxaria. Apenas por ser enigmática, viver isolada no meio do mato e por seus amplos conhecimentos sobre plantas medicinais, venenos animais e técnicas de cura. Como referência, a atriz contou ter apelado para todas as bruxas da literatura e do cinema, como as de Macbeth, tanto de William Shakespeare quanto de Roman Polanski: “Eu também também conheci muitas rezadeiras em Minas Gerais, antes do início das gravações. Foi ótimo!”.
Depois de arrasar como a destrambelhada Magnólia, de Império (2014), Zezé ficou feliz por sido convidada para um papel tão dramático como a Ascensão. “Falei com a direção que não queria fazer a Ascensão com humor, nem nas cenas em que contracena com o Mão de Luva (Marco Ricca). A essência, a alma do personagem é o ator que escolhe”, explica.