Giuliano Manfredini pedia 50 mil por danos morais
A justiça de Brasília decretou nesta segunda-feira (19) decretou o não recebimento da indenização de R$ 50 mil pedida por Giuliano Manfredini, filho do ex líder do Legião Urbana Renato Russo, contra sua tia Carmen Manfredini, que escreveu uma carta criticando publicamente a decisão do rapaz de realizar um bazar beneficente com objetos pessoais do pai.
Carmen e sua mãe Carminha Manfredini eram as responsáveis pelo espolio de Renato Russo até Giuliano completar a maioridade. Giuliano se explicou sobre o bazar em entrevista à rádio 89 FM e abril, e diz também que a carta da tia lhe causou prejuízos pessoais à sua imagem.
“[Os objetos] são reminiscências de artigos pessoais do dia a dia do Renato. Roupas, pijama, mobília, cabeceira. Essas coisas que não pertencem ao patrimônio artístico/cultural dele. Para a causa do Retiro dos Artistas, têm valor muito grande, para eles cuidarem dos artistas velhinhos”.
O juiz Redivaldo Barbosa, da 7ª Vara Cível de Brasília, concluiu que a manifestação de Carmem foi legítima, por “se tratar de familiares de pessoa pública tão relevante no cenário artístico nacional e pela ausência de comunicação direta” entre a família.
O juiz também não encontrou no teor da carta texto que denegrissem a imagem do filho de Renato Russo.
“A despeito de expor a aparentemente fria relação familiar havida entre as partes, a carta aberta apenas faz juízo de valor sobre a decisão de doar bens do músico sem a comunicação aos demais familiares, trata da falta de comunicação entre os membros da família e da repercussão que tais fatos impuseram à senhora Carminha Manfredini [avó de Giuliano] e à ré.”
O advogado de Giuliano, Sérgio Bermudes, relata estranheza na decisão do juiz e argumenta que “A ação movida contra a ré visa contrapor a grave mentira propagada pela Sra. Teresa Manfredini com o intuito de denegrir a imagem do legítimo herdeiro de Renato Russo. Isso fica evidente pelo fato de que a ré tinha ciência do trabalho de preservação, inclusive com a visita que fez à exposição no MIS dois meses antes da carta ofensiva.”
O advogado termina afirmando que a defesa garante que desde o início da ação “quaisquer valores eventualmente apurados na demanda judicial” seriam direcionados ao Retiro dos Artistas.