O Lollapalooza 2023 está sendo bastante discutido ultimamente, mas infelizmente não por boas razões. Até então, as críticas ao festival de música se limitavam à frustração dos fãs por conta dos cancelamentos de shows. No entanto, esta semana o portal UOL reportou que flagraram o Lollapalooza submetendo seus funcionários a condições semelhantes à escravidão.
Lollapalooza 2023: resgate de trabalhadores
O festival, que ocorre nesta sexta-feira (24), contratou trabalhadores sem qualquer formalidade e registro trabalhista. Mas o Ministério do Trabalho resgatou cinco profissionais na última terça-feira (21) e afirmou que trabalhavam como carregadores de bebidas com jornadas diárias de 12 horas. Além disso, os trabalhadores tinham que dormir em uma tenda de depósito, sobre papelão e paletes para vigiar a carga.
A Superintendência Regional do Trabalho no Estado de São Paulo, ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, realizou a operação de resgate e constatou que os trabalhadores não recebiam nem papel higiênico, nem colchão, nem equipamentos de proteção.
A empresa Yellow Stripe, empresa que Time For Fun (dona do Lollapalooza Brasil) contratou, foi a responsável pelos abusos e forçada a ressarcir cada um dos trabalhadores resgatados em cerca de R$ 10 mil pelos salários devidos, além de verbas rescisórias e horas extras. Se o Ministério Público do Trabalho requerer verbas indenizatórias, o valor pode aumentar.
Abusos
Os trabalhadores relataram que recebiam ameaças de perderem seus empregos caso tentassem deixar o local após o expediente e que a promessa de alojamento ou hotel próximo do local do show foi furada. A T4F afirmou que proíbe pelos seus termos contratuais que os trabalhadores durmam no local e encerrou imediatamente a relação com a Yellow Stripe.
Posicionamento das empresas
Em comunicado, o Lollapalooza informou que aT4F proíbe estritamente que os trabalhadores durmam no local.Como resultado, aconteceu o término imediato da relação jurídica com a Yellow Stripe. Além disso, o festival também condenou o incidente e o considerou um evento isolado. Ademas, enfatizou que adotará uma postura firme em relação a qualquer violação de regras por empresas terceirizadas.
Por sua vez, a Yellow Stripe afirmou que seguiu as determinações do Ministério do Trabalho. Além disso garantiu que os funcionários em questão foram devidamente contratados e remunerados.
As informações foram divulgadas com exclusividade pelo website Repórter Brasil.
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