Você já reparou que alguns fãs de música, especialmente aqueles que vivem no TikTok, agora conhecem versões aceleradas de 15 segundos de suas canções favoritas melhor do que as versões originais? Pois é, parece que as redes sociais não estão satisfeitas em apenas nos fazer dançar; agora elas estão redefinindo o que é uma música “normal”.
Acelarados
No TikTok, essa moda de acelerar músicas em até 30% virou uma febre, e o resultado é uma enxurrada de vídeos curtos e virais. Se você não está familiarizado com essa tendência, saiba que até alguns artistas estão subindo nas paradas musicais graças a essas versões “turbo”. Um exemplo? A cantora britânica RAYE, que só conseguiu alcançar o topo da parada oficial britânica depois que seus fãs decidiram que “Escapism” soava muito melhor quando cantada com pressa.
Movimento que começou com DJs
Esse fenômeno de transformar músicas em uma espécie de corrida contra o tempo não é novo. Nos anos 2000, os DJs noruegueses do movimento “nightcore” já estavam brincando com a velocidade e o tom das canções, criando versões que deixariam qualquer hamster em sua roda com inveja. Hoje, essa prática se espalhou por todas as redes sociais, e até o Spotify está testando se devemos ter o poder de remixar músicas como se estivéssemos mexendo na velocidade do micro-ondas.
Dopamina musical
Aí você pode se perguntar: “Mas por que diabos alguém faria isso com uma música?” Bem, segundo a especialista Mary Beth Ray, essas versões curtas e aceleradas são praticamente uma dose concentrada de dopamina musical, perfeita para quem precisa de um estímulo rápido nas redes sociais. Afinal, quem tem tempo para ouvir uma música inteira hoje em dia, não é mesmo?
Os artistas e as gravadoras, é claro, estão começando a perceber que não podem mais ignorar essa tendência. Nelly Furtado, por exemplo, foi praticamente arrastada de volta para o estúdio quando seus sucessos antigos começaram a bombar no TikTok. E não é só ela. Billie Eilish, Summer Walker e até Sabrina Carpenter entraram na onda, lançando versões oficiais de suas músicas em diferentes velocidades. Agora, qualquer música pode vir em edição “normal”, “express” e “light”.
Nem todos aprovam
Mas, como em qualquer tendência, nem todo mundo está rindo à toa. O rapper Lil Yachty, por exemplo, ficou tão desconfortável com as versões alternativas de sua música “A Cold Sunday” que pediu para que fossem removidas da internet. E o que dizer de Steve Lacy, que em um de seus shows se viu cantando para um público que parecia mais familiarizado com a versão “fast forward” de sua música “Bad Habit” do que com a original?
Mudança que veio para ficar
Apesar das reações mistas, parece que essas versões aceleradas chegaram para ficar. Para artistas como a produtora londrina tonka._.b, de 23 anos, brincar com a velocidade das músicas é parte do processo criativo. E, se isso significa atrair diferentes públicos com versões variadas da mesma música, por que não? Afinal, quem disse que ouvir música deve ser uma experiência linear?
Enquanto isso, a indústria da música está se adaptando a essa nova realidade, onde uma canção pode ter múltiplas personalidades — tudo para agradar aos algoritmos e aos nossos ouvidos, cada vez mais impacientes.
Resumo para quem está com pressa
- Aceleração de músicas no TikTok tem impulsionado artistas nas paradas.
- A prática começou com o movimento “nightcore” nos anos 2000.
- Spotify e outras plataformas estão testando funcionalidades para remixar músicas.
- Artistas como Nelly Furtado e Billie Eilish lançaram versões aceleradas oficialmente.
- Nem todos os artistas apoiam a tendência; alguns temem a distorção de suas obras.
- As versões aceleradas estão se tornando parte do processo criativo de novos artistas.