Estrelada por Betty Faria a trama ganhará uma maratona dos capítulos da semana aos domingos
Um
dos grandes sucessos de nossa telinha, Tieta volta ao ar 28 anos depois de
arrebatar o país. A novela de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria
Moretzsohn estreia na segunda 1º, substituindo A Gata Comeu, às 15h30 e à 0h30, na tela do Canal Viva. E, pela
primeira vez, desde o seu lançamento em 2010, o Viva vai exibir, aos domingos,
uma maratona dos capítulos da semana de Tieta, a partir do dia 7, às 19h. Campeã
de audiência em 1989, quando foi ao ar na Globo, a trama conquistou o país com
seu enredo irreverente, bordões que até hoje estão na boca do povo, sotaques,
costumes e figurinos dos personagens.
Livre
adaptação do romance Tieta do Agreste,
de Jorge Amado, a novela tem como tema central a reviravolta da vida de Tieta
(Claudia Ohana/Betty Faria). Vinte e cinco anos após ser escorraçada da cidade
de Santana do Agreste, pelo pai, Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos), ela
retorna à terra natal para se vingar de todos que a trataram mal e riram do seu
passado. Sua ousadia mexe com a rotina da cidade, até então, pacata. E para tumultuar ainda mais a vida de todos ela ainda inicia um romance com o jovem Ricardo, o Cardo (Cássio Gabus Mendes), sobrinho de sua irmã, Perpétua (Joana Fomm), que estava estudando para ser padre.
No
elenco estão também: Reginaldo Faria (Ascânio), Yoná
Magalhães (Tonha), José Mayer (Osnar), Lídia Brondi (Leonora), Paulo Betti (Timóteo), Arlete Salles (Carmosina), Roberto
Bomfim (Amintas), Ary Fontoura (Coronel Artur da Tapitanga), Lília Cabral (Amorzinho),
Rosane Gofman (Cinira), Míriam Pires (Dona Milu), Luiza Tomé (Carol), Armando
Bógus (Coronel Modesto Pires), Luciana Braga (Maria Imaculada), Ana Lucia Torre
(Juraci Potombo), Elias Gleiser (Jairo), Otávio Augusto (Marcolino Pitombo), Tássia
Camargo (Elisa), Maria Helena Dias (Zuleika Cinderela), Flávio Galvão (Dário), Bemvindo
Sequeira (Bafo de Bode), Marcos Paulo (Arthur da Tapitanga, Artuzinho / Mirko
Stephano), Bete Mendes (Aída Pires), Françoise Forton (Helena), Cláudio Corrêa
e Castro (Padre Mariano), Paulo José (Gladistone),
Cláudia Alencar (Laura), Cláudia Magno (Silvana Pitombo), Liana Duval (Rafaela)
(Paulo César Grande (Rosalvo), Simone Carvalho (Elizabeth von Hoffman, Bebê), Renato
Consorte (Chalita), Roberto Frota (Leôncio), Ênio Santos (Tertuliano, Seu
Terto), Chaguinha (Pirica), Cidinha Milan (Cora), Andrea Paola (Araci), Paulo
Nigri (Cosme), Renata Castro Barbosa (Letícia Pires), Danton Mello (Cupertino
Esteves Batista, o Peto), Guga Coelho (Bentinho), Jonathan Nogueira (Edmundo
Pitombo), Herson Capri (Lucas), José de Abreu (Mascate), José Lewgoy (Leovigildo
Trindade) e Cristina Galvão (Filomena) e Concy Maduro, Luciene Campos, Maria de
Médicis, Patricia Alencar, Rosane Salles e Suzana Seixas (Rolinhas do Coronel).
Tieta tem direção de Reynaldo Boury e Luiz Fernando
Carvalho, direção geral de Paulo Ubiratan e supervisão assinada por Daniel
Filho. Tieta vai ar ar de segunda a sábado, às 15h30 e à 0h30. Saiba
mais sobre essa novela inesquecível!
A força feminina de Tieta
Exuberância,
impetuosidade e persistência formam a personalidade única de Tieta, personagem
que cativou o público além da teledramaturgia e virou símbolo do feminismo.
Apaixonada pela vida, ela não mede esforços para ser feliz e corre atrás dos
seus sonhos, sem se importar com a opinião alheia. Principalmente com a da irmã
e maior rival, Perpétua. Desde
cedo desejada por todos, Tieta – na primeira fase vivida por Claudia Ohana –
era conhecida em Santana do Agreste como “cabritinha”. A história tem
início quando ela é expulsa da cidade por seu pai, o conservador Zé Esteves
(Sebastião Vasconcellos), inconformado com seu temperamento liberal e
influenciado pelas armações de sua outra filha, Perpétua (Adriana Canabrava dá
vida à vilã na adolescência).
Tieta retorna 25 anos depois – já interpretada
por Betty Faria -, logo no dia em que está sendo rezada uma missa em sua
memória. A cena antológica mescla emoção e risadas: Tieta interrompe a
celebração e anuncia que veio para ficar, frustrando a irmã Perpétua (Joana
Fomm na maturidade). Tieta volta à cidade acompanhada apenas pela doce Leonora,
vivida por Lídia Brondi, sua enteada, filha de seu falecido marido milionário.
Mas as duas escondem um segredo do passado que as une tanto. Grande amigas,
Leonora também é protegida por Tieta, já que sofreu um terrível trauma, por isso
está em Santana do Agreste para tentar se recuperar.
Entre
os destaques da trama, o figurino (assinado por Helena Gastal e Lessa de
Lacerda) extravagante da personagem, adepta do exagero, quase beirando o brega:
roupas justas com cores fortes, estampas e brilhos; saltos altíssimos; joias
espalhadas pelo corpo; e unhas grandes. A repercussão da novela fez com que o
estilo de Tieta se tornasse tendência e Betty Faria chegou a lançar a linha de
roupas Tieta by Betty Faria.
Santana
do Agreste também reúne outras moradoras marcantes: Carol (Luiza Tomé), a
“teúda e manteúda” amante do coronel Modesto Pires (Armando Bógus);
Tonha (Yoná Magalhães), madrasta de Tieta, oprimida pela postura autoritária do
marido, Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos); Imaculada (Luciana Braga), uma das
“rolinhas” do prefeito Artur da Tapitanga (Ary Fontoura), que promete
alfabetizar e dar abrigo às meninas, em troca de favores sexuais; a sensível
Carmosina (Arlete Salles), e Elisa (Tássia
Camargo), irmã mais nova de Tieta, que, em crise com o marido, Timóteo (Paulo
Betti), sonha com seu ídolo, o ator Tarcísio Meira.
Perpétua: o lado cômico da vilania
Viúva
convicta. Beata conservadora. Rancorosa e rabugenta de natureza. Todas as
características reunidas popularizaram a vilã, fazendo-a conquistar lugar
cativo na lista das principais antagonistas da televisão. Perpétua parece ter
uma missão na vida: atazanar a vida alheia, a começar pela de sua irmã, Tieta.
Não é à toa que tem fama de “major” em Santana do Agreste. No
passado, foi casada com um militar e tiveram dois filhos, Ricardo (Cassio Gabus
Mendes) – a quem ela oferece à Igreja para ser padre – e Cupertino (Danton
Mello). Guarda a sete chaves, no armário, uma misteriosa caixa branca cujo
conteúdo só é desvendado no fim da trama e tem como seguidoras as carolas
Amorzinho (Lília Cabral) e Cinira (Rosane Gofman).
Cheia
de trejeitos e bordões, Perpétua ainda se destaca pelo figurino irreverente:
roupa preta, sapato abotinado e um guarda-chuva sempre à mão. Durante
entrevista ao programa Damas da TV, em 2014, Joana Fomm conta que deixou
a timidez de lado, investiu no humor e somou características circenses à
personagem: “Perguntei como eram as ‘perpétuas’ para o pessoal que tinha
trabalhado no Norte e tive informações valiosíssimas. Elas eram insuportáveis!
Foi muito importante saber como elas eram fisicamente e juntar com o texto
sensacional. Eles queriam que eu levasse a sério, mas lia o roteiro às
gargalhadas. Não podia fazer sério uma coisa tão engraçada. Montei a Perpétua,
que tinha uma loucura, e identifiquei um lado meio circense. Deu tão certo, que
a novela toda seguiu esse caminho e foi um sucesso”.” Além
da implicância com a irmã, a viúva persegue veemente Zuleika Cinderela (Maria
Helena Dias), prostituta que comanda a Casa da Luz Vermelha.
Os Cavaleiros do Apocalipse
O quarteto formado por Osnar, Ascânio, Amintas e Timóteo é conhecido
como os Cavaleiros do Apocalipse em Santana do Agreste. Todos os personagens
marcaram a carreira dos atores. Amigos de infância, eles se separam depois da mudança de Ascânio para
a capital. Na mesma época em que Tieta volta para Santana do Agreste, o
político idealista retorna à terra natal com o objetivo de mudar o destino do
local com progresso e civilização. Ascânio é nomeado secretário da Prefeitura
e, ao lado de Tieta, promove a modernização do sertão e traz a energia elétrica
24 horas à cidade. Mas Ascânio tem um forte opositor, o comandante Dário
(Flávio Galvão), que defende a preservação da natureza. Ascânio se apaixona
perdidamente por Leonora (Lídia Brondi), protegida de Tieta,
que esconde um terrível segredo de seu passado.
Já Osnar é irônico, preguiçoso e o mais conquistador do grupo. Corre um boato pela cidade de que o rapaz é o mais bem-dotado do agreste e, por isso, o mais cobiçado pelas mulheres. Foi amante de Tieta no passado.
Timóteo é casado com Elisa e não se conforma em ter abandonado a solteirice. Amintas é o quarto integrante dos Cavaleiros do Apocalipse. É violeiro e faz rimas sempre debochadas. Com o reencontro, voltam a marcar presença no Bar do Crescente para torneios periódicos de bilhar.
Ícones do Agreste
A
novela é composta por uma coleção de figuras peculiares: a virgem sonhadora
Carmosina (Arlete Salles), que aguarda o homem ideal – funcionária dos
correios, ela não resiste ao conteúdo das cartas e as lê quando pode; o
polêmico Artur da Tapitanga e suas “rolinhas”; as religiosas
Amorzinho e Cinira, omissas aos seus desejos sexuais em nome da moral e dos
bons costumes ditados por Perpétua; o seminarista confuso Ricardo; a afável
Tonha; o poderoso Modesto Pires (Armando Bógus), que leva rotina dupla e mantém
uma casa para a sua “teúda e manteúda” Carol; a faladeira e senhora
nada convencional Dona Milu (Míriam Pires), mãe de Carmosina; o mendigo bêbado
e desbocado Bafo de Bode (Bemvindo Sequeira), que sabe da vida de todos; e
Jairo (Elias Gleizer) e sua “Marinete”, único ônibus da cidade.
Carregada
de realismo fantástico, a novela traz ainda como destaque a misteriosa Mulher
de Branco, lenda de Santana do Agreste que só tem a identidade revelada ao
longo dos capítulos. A assombração ataca os homens da região nas noites de lua
cheia. O
vocabulário nordestino e os bordões da ficção ganharam as ruas em 1989, como:
“Eta lelê”, “Upa la lá”, “Nos trinques”,
“Tribufu”, “Te-chau!”, “U-uh!”, entre outros. Já
a personagem Dona Milu fez sucesso com o icônico “Mistééério!”.
Nudez na abertura e “rolinhas” do Coronel
As
polêmicas também agitam a rotina da sossegada Santana do Agreste. Com o retorno
de Tieta à cidade, um alvoroço é criado quando ela se envolve com o sobrinho, o
seminarista Ricardo, filho de Perpétua. Vale tudo para Tieta afrontar sua irmã. A
novela ousa logo em sua abertura, ao apresentar uma mulher nua, representada por
Isadora Ribeiro. Ao som de Tieta, na
voz de Luiz Caldas, o vídeo – assinado por Hans Donner – mistura imagens
paradisíacas de Mangue Seco (aldeia do norte da Bahia que virou locação da
trama) com as curvas do corpo feminino.
O
assunto pedofilia é abordado de forma consciente pelos autores, sem chocar o
público. Cabe ao ator Ary Fontoura interpretar Artur da Tapitanga. O prefeito
seduz suas “rolinhas” em troca de lar, comida e alfabetização. A
única indomável é Maria Imaculada (Luciana Braga), que se recusa a obedecer às
vontades do coronel e foge da fazenda. Artur da Tapitanga conta com a ajuda de
Filomena (Cristina Galvão) para cuidar de suas meninas, vividas pelas atrizes:
Concy Maduro, Luciene Campos, Maria de Médicis, Patricia Alencar, Rosane Salles
e Suzana Seixas.
O Nordeste das dunas à trilha sonora
Com
o sucesso de Tieta, as dunas de Mangue Seco, no litoral da Bahia, ganharam
repercussão e o povoado virou ponto turístico. As paisagens que serviram como
cenário são lembradas até hoje por quem visita o local. Inspirada na obra de
Jorge Amado, a trama retrata o interior do Nordeste desde o clima solar até o
sotaque carregado dos personagens.
A
trilha sonora também envolve o público com hits praianos desde os versos da
música Tieta, eternizada por Luiz
Caldas, até a dançante Meia Lua Inteira,
cantada por Caetano Veloso. Na voz de artistas de peso, a trilha versátil
consagrou-se como uma das mais lembradas da TV brasileira: Chitãozinho &
Xororó, Elba Ramalho, Emílio Santiago, Fafá de Belém, Fagner, Gal Costa,
Guilherme Arantes, João Bosco, José Augusto, Maria Bethânia, Martinho da Vila,
Moraes Moreira, Nana Caymmi, Nando Cordel, Os 3 do Nordeste, Paulo Ricardo,
Pepeu Gomes, Quinteto Violado, Roberta Miranda, Sérgio Mendes, Simone e Tim
Maia.
Betty Faria no Papo de Segunda
Na mesma segunda 1º, Betty Faria se une, ao vivo, aos
apresentadores Xico Sá, Léo Jaime, Marcelo Tas e João Vicente de Castro no sofá
do Papo de Segunda, no GNT, para esquentar ainda mais os
debates. Ao lado do quarteto, a artista participa de todos os blocos.
Juntos, eles vão abordar temas relacionados à reinvenção da fofoca, após
o recente fim de grandes portais de notícias das celebridades, como o Ego;
discutir situações em que as adversidades serviram para ensinar, usando a
história da novela Tieta, e dividir experiências sobre a
descoberta do sexo para cada um e como tratar do assunto com os filhos. O Papo
de Segunda vai ao ar às 21h30.