House of the Dragon retornou neste domingo (16) com uma abertura impactante. O episódio, intitulado “Um Filho por um Filho”, adaptou um dos momentos mais aguardados de Fogo & Sangue: o assassinato do príncipe Jaehaerys. A cena, no entanto, dividiu opiniões dos fãs, principalmente devido às significativas alterações em relação ao livro. A descrição original de George R.R. Martin é indiscutivelmente superior e mais intensa.
Como é Sangue e Queijo no Livro?
Diferente da adaptação para TV, no livro, Aegon II (Tom Glynn-Carney) e Helaena (Phia Saban) possuem três filhos: Jaehaerys, Jaehaera e Maelor. Ryan Condal, produtor da série, optou por cortar Maelor de House of the Dragon, alegando dificuldades para introduzi-lo na primeira temporada. No entanto, essa omissão é notavelmente sentida, dada a importância de Maelor na sequência de Sangue e Queijo.
No livro, os mercenários infiltram-se no castelo a mando de Daemon Targaryen (Matt Smith) e invadem os aposentos de Alicent Hightower (Olivia Cooke). Após amordaçarem a rainha mãe, aguardam Helaena e seus filhos, que costumavam visitar a avó todas as noites. Quando a rainha chega com as crianças, os mercenários a forçam a escolher entre seus filhos, repetidamente, enquanto ela chora e implora para ser morta em seu lugar. Depois de ameaçarem Jaehaera, Helaena finalmente escolhe Maelor, acreditando que ele era muito jovem para entender, comparado ao mais velho – tinham dois e seis anos, respectivamente. Queijo, em um ato cruel, sussurra para Maelor que sua mãe quer que ele morra. No entanto, assim como na série, Jaehaerys é quem termina decapitado.
Preocupações com a Adaptação
A falta de diálogos fundamentais e a alteração de elementos-chave são preocupantes. No livro, a escolha de Helaena e a brutalidade da cena adicionam uma profundidade emocional e tensão que faltaram na série. Transformar Sangue e Queijo em um momento digno do universo de Game of Thrones não requer necessariamente a exibição gráfica de uma decapitação infantil, mas os elementos do livro poderiam ter sido utilizados para maior impacto emocional.
É alarmante ver os showrunners da série tomando liberdades criativas que alteram significativamente o material original. Essa abordagem levanta sérias dúvidas sobre a capacidade de manter a fidelidade à obra de George R.R. Martin e entrega uma narrativa que ressoe com a intensidade do texto original. A última temporada de Game of Thrones é um exemplo claro de como decisões questionáveis podem arruinar uma série que era amplamente aclamada. A possibilidade de que House of the Dragon siga o mesmo caminho é uma preocupação real.
Apesar do excelente desempenho de Phia Saban ao retratar o desespero de Helaena, a falta de elementos cruciais do livro prejudica a cena. Os fãs merecem uma adaptação que respeite e honre o material original, proporcionando a mesma profundidade e impacto emocional que George R.R. Martin entregou em seus livros.
House of the Dragon retorna no próximo domingo (23) a partir de 22h (horário de Brasília). Enquanto isso, resta aos fãs esperar e torcer para que os showrunners ajustem o rumo da série, evitando o mesmo destino decepcionante que Game of Thrones teve em sua última temporada.