Em um caso curioso de “empreendedorismo” entre os funcionários da Meta, 24 colaboradores foram demitidos em Los Angeles. O motivo? Eles resolveram diversificar o uso de seus créditos diários de 25 dólares (R$ 141,70) destinados à alimentação, comprando produtos como taças de vinho e sabão em pó. Parece que o vale-refeição virou vale-compras.
Cortes antes da reestruturação, claro
As demissões vieram em um momento estratégico, apenas alguns dias antes de a Meta iniciar uma grande reestruturação nas equipes de WhatsApp, Instagram e Reality Labs. Ao que tudo indica, a empresa, avaliada em US$ 1,5 trilhão, decidiu cortar uns “gastos extras” enquanto preparava o terreno para a reconfiguração de times, mostrando que não há espaço para inovações “criativas” na forma de usar benefícios.
Refeições ou compras? Eis a questão
A Meta, como muitas gigantes do Vale do Silício, oferece comida gratuita para os funcionários da sede. Para os pobres mortais que trabalham nos escritórios menores, o benefício vem na forma de créditos diários em aplicativos de delivery. Até aí tudo bem. O problema surgiu quando alguns funcionários pensaram que o “vale-refeição” poderia cobrir outras necessidades, como produtos de farmácia e itens para a casa. Só que a regra era clara: os créditos deveriam ser gastos no escritório, e não em casa, como muitos vinham fazendo.
O “jeitinho” não passou batido
Os trabalhadores demitidos foram acusados de abusar do sistema de crédito alimentar. De acordo com uma fonte, alguns estavam acumulando os créditos como se fosse um “fundo de poupança”, enquanto outros resolveram usar a grana para refeições no conforto do lar. Resultado: demissão em massa. Afinal, “usar os créditos no escritório” aparentemente significa “usar os créditos no escritório”.
Quem nunca?
Em um post no site Blind, um ex-funcionário confessou que gastava os 25 dólares diários em itens como pasta de dente e chá. Parece um pequeno deslize, não? Mas não para a Meta. Ele relatou ainda que, com um salário de US$ 400 mil anuais, não via mal em usar os créditos de janta quando seu marido cozinhava em casa. A empresa, no entanto, viu as coisas de outra forma e o demitiu sem pestanejar.
Meta: “Silêncio, por favor”
Quando procurada, a Meta não quis comentar sobre os casos específicos. Em vez disso, a empresa optou por um comunicado genérico, destacando que as mudanças nas equipes visam “alinhar recursos com os objetivos estratégicos de longo prazo”. Traduzindo: cortes e realocações continuarão, e os vales-refeição seguirão sendo monitorados de perto. Afinal, comida não é sabão em pó.
Zuckerberg e o “Ano da Eficiência”
Vale lembrar que essas demissões não são um caso isolado. Desde 2022, Mark Zuckerberg já eliminou cerca de 21 mil postos de trabalho. Ele mesmo apelidou 2023 de “ano da eficiência” – o que provavelmente significa “cortar gastos onde for possível”. Inclusive, muitos projetos de baixa prioridade foram cancelados na tentativa de aliviar o bolso dos investidores, preocupados com o caro experimento da Meta no metaverso.
Cortes por todos os lados
Enquanto a Meta continua navegando por seu “ano da eficiência”, fica claro que cortar projetos e demitir funcionários já se tornaram parte da rotina. As ações da empresa estão em alta, com cada ação valendo cerca de US$ 577, o que indica que talvez a estratégia de Zuckerberg esteja funcionando. Mas os funcionários que usaram o vale-refeição para comprar sabão em pó provavelmente não concordariam.
Vale-refeição ou vale-problema?
A essa altura, é bem provável que a Meta esteja repensando sua política de vale-refeição. Afinal, o que era para ser uma ajuda para o almoço no escritório virou motivo de demissões. Quem sabe a empresa decida flexibilizar as regras ou, no mínimo, ser mais clara sobre o que pode ou não ser comprado com o crédito.
Quando ser “esperto” custa caro
Se tem uma lição que fica dessa história é que tentar ser esperto demais com os benefícios da empresa pode sair caro. A Meta, que se orgulha de sua cultura de eficiência, não parece disposta a deixar passar nenhuma violação, por menor que seja. No final das contas, até a forma de gastar o vale-refeição pode acabar custando um emprego.
Resumo para quem está com pressa:
- Meta demitiu 24 funcionários em Los Angeles por usarem o vale-refeição para comprar itens domésticos.
- As demissões aconteceram antes da reestruturação das equipes de WhatsApp, Instagram e Reality Labs.
- Créditos de 25 dólares deveriam ser usados no escritório, mas alguns funcionários estavam usando para refeições e compras em casa.
- Relatos no site Blind mostram que funcionários usavam o crédito para itens como pasta de dente e chá.
- Meta não comentou os casos específicos, mas reafirmou que as demissões fazem parte de sua estratégia de longo prazo.
- Zuckerberg anunciou demissões em massa em 2022 e 2023, cortando mais de 21 mil empregos.