Na manhã desta sexta-feira (23), Wilson Fittipaldi nos deixou aos 80 anos de idade. Com grande história na Fórmula 1, o brasileiro estava internado desde o final do ano passado quando sofreu uma parada cardíaca. Assim, com complicações devido ao problema de saúde, o irmão mais velho de Emerson Fittipaldi faleceu no Hospital Prevent Senior, localizado na cidade de São Paulo.
A notícia da morte de Wilsinho, como era conhecido no meio da Fórmula 1, veio à tona através de Maria Helena Fittipaldi, ex-esposa de Emerson Fittipaldi, no Facebook. “Última acelerada, Wilsinho! Voa alto e descanse“, escreveu ela. Nas redes sociais, os fãs de automobilismo se renderam ao talento e à importância de Wilson dentro da F1. Confira a trajetória do eterno piloto brasileiro!
Wilson Fittipaldi Jr ganhou bastante fama como piloto de automobilismo. Ele chegou a disputar as temporadas de 1972 e 1973 da Fórmula 1 pela Brabham. Já em 1975, ele fundou com o irmão Emerson a equipe nacional Copersucar, que esteve na famosa categoria de 1975 e 1982. A escuderia era chamada assim pois contava com o patrocínio da empresa brasileira.
⚠️ FALECEU WILSINHO FITTIPALDI JR
— Racing BR (@_racingbr) February 23, 2024
Hoje, faleceu o ex-piloto brasileiro, Wilson Fittipaldi Júnior. Wilsinho deixou sua marca no esporte, participando do cenário automobilístico brasileiro desde 1964.
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A Copersucar, que atuava no ramo sucroalcooleiro, estava embalada pelo esforço nacional de colocar combustíveis renováveis, como o etanol, no mercado automobilístico mundial. Dessa forma, a equipe tinha como objetivo alcançar o sucesso em uma das competições automobilísticas mais importantes do mundo. Para isso, eles investiram em tecnologia e na contratação de pilotos renomados.
Os escolhidos foram o argentino Carlos Reutemann e o brasileiro Ingo Hoffmann, hoje muito conhecido por seus muitos títulos na Stock Car. Porém, apesar do esforço e sucesso inicial, a equipe Copersucar-Fittipaldi não conseguiu manter a competitividade em alto nível e acabou desaparecendo após dez anos de vida.
WILSON FITTIPALDI: OS PRIMEIROS PASSOS!
Ainda muito jovem, Wilson Fittipaldi aproveitou a conexão do pai com a narração e passou a se arriscar nas pistas com os karts que ele e seu irmão construíram. Assim, ele foi aumentando sua ligação com o automobilismo e viajou até a Europa para participar da Fórmula Vee e também da Fórmula 3 inglesa, em 1966. No entanto, só retornaria ao continente em 1971, quando fez parte da Fórmula 2.
Naquele ano, Wilsinho terminou em sexto lugar, competindo ao lado de Niki Lauda, Ronnie Peterson e Carlos Reutemann. O brasileiro teve três vitórias em 11 provas e conseguiu, com isso, uma vaga na F1 no ano seguinte. A estreia na categoria veio com o carro da Brabham, ao lado de Reutemann e Graham Hill. Apesar de ser competitivo, Fittipaldi não pontuou naquela temporada.
Wilson ainda esteve na primeira corrida de F1 no Brasil no ano de 1972 e alcançou o pódio, com o terceiro lugar. Porém, o evento em Interlagos era um teste de qualidade da pista e, portanto, não dava pontos para o campeonato. Já na temporada seguinte, o irmão mais velho de Emerson terminou na 15ª posição no mundial de pilotos, pontuando na Argentina (sexto lugar) e na Alemanha (quinto).
Valeu Wilson Fittipaldi, vc fez sim muito pelo nosso automobilismo.
— Roberto @ Beto (@Roberto19674) February 23, 2024
A unica equipe brasileira na F1 e jamais havera outra!
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DEDICAÇÃO TOTAL!
Depois de duas temporadas na Brabham, Wilson Fittipaldi se dedicou apenas à criação de sua própria equipe, a única sul-americana em toda a história da F1. Como dono e piloto da escuderia, ele não pontuou e teve um décimo lugar como melhor resultado. Nesta mesma temporada, Wilsinho decidiu se aposentar das pistas e apenas observar o irmão guiando o carro da família.
Apesar do desaparecimento da equipe depois de dez anos, a trajetória dos irmãos Fittipaldi marcou a história da Fórmula 1. Emerson, o mais novo dos irmãos, foi o primeiro brasileiro a vencer um título mundial na categoria, em 1972. Wilson, por sua vez, foi um importante empresário do ramo automobilístico e um dos responsáveis pela faceta de tecnologia e inovação na equipe.