Assim como seu personagem, ele não entende o preconceito racial e comemora a boa fase na carreira
Do mau-caráter Alex, de Rock Story (2016), para o fofo Bruno, de O Outro Lado do Paraíso, Caio Paduan afirma: “Dá uma leveza danada no coração (risos).” Brincadeiras à parte, o carioca está muito feliz em poder abordar, na novela das 9, um assunto como o racismo. “É um momento importante para falar sobre isso, porque parece que a podridão está saindo do buraco. Vem uma onda homofóbica, racista, machista, misógina.. Como assim? Onde vocês estavam? A rede social dá voz, visibilidade para o bem e para o mal e aí a gente vem falar de amor, num tema como o racismo, vira um tapa com luva de pelica”, argumenta. O sagitariano diz que não entende como, em pleno século XXI, ainda existe tanta gente preconceituosa. “É muito louco o preconceito racial. Já acho maluco falar outra raça. É tudo ser humano, gente! Pelo amor de Deus, 2017! Estão loucos de diferenciar as pessoas por isso”, declara.
Batendo de frente
Bruno se apaixonou por Raquel (Erika Januza), uma jovem negra, do quilombo, que foi trabalhar em sua casa como doméstica. Para viver esse amor, o estudante enfrentou a mãe preconceituosa, Nádia (Eliane Giardini), mas o destino conseguiu afastar o casal. O ator afirma que se identifica com seu personagem, mas que não tem toda essa paciência do mocinho. “Não entubo tanto quanto ele. Eu responderia de uma forma um pouco mais forte ao que a minha mãe na história fala. Ela diz absurdos, eu não iria aguentar. É muito difícil pra mim aturar o preconceito. Não sei lidar com ofensa, violência… Cresci numa família italiana muito amorosa e, quando vejo coisas fortes assim, me sinto mal”, admite.
Só love, só love
Romântico assumido, Caio torce pelo casal BruQuel e acredita que o amor vence todas as barreiras. “Se existir um amor verdadeiro, um encontro pra vida, de almas, aquela coisa que a gente não entende, não explica, é capaz de superar barreiras sim. O sentimento que a gente tem que espalhar na vida é o amor. As pessoas criam esses preconceitos por falta de empatia, por não se colocarem no lugar do outro e o amor te faz pensar no próximo. Acho que o amor é a solução para todas as crises”, acredita. Namorando a atriz Júlia Konrad há três anos, ele afirma que já encontrou a sua metade da laranja e admite ver tudo com outros olhos. “Eu sou romântico com a vida. Vejo poesia em tudo. Coisa de artista, de gente maluca, que vê o pôr do sol e aplaude (risos). Eu e a Júlia nos encontramos no momento certo”, revela.
Sem atropelos
Comemorando dez anos de carreira – ele conta desde quanto se formou em artes cênicas -, Caio estreou na TV em Malhação (2011) e faz agora sua primeira novela do horário nobre. Para o ator, tudo aconteceu no tempo ideal. “Nunca tive pressa, tenho calma com o tempo. Você mal estreia em Malhação e já perguntam qual é o próximo trabalho que você vai fazer. Meu lema é devagar e sempre. Comecei na novela das 17h30; depois fiz a das 18h30; 19h30 e, agora, a das 21h. A próxima é a das 23h. Quem sabe? (risos)”, brinca o rapaz, que foi um dos grandes destaques de Rock Story. Ele afirma que a trama de Maria Helena Nascimento mudou a sua vida. “O Alex foi um divisor de águas, meu primeiro vilão. Foi um momento interessante para o público me enxergar como ator. Pude exercitar muitos lados que os bons- -moços, às vezes, não conseguem explorar”, analisa.
Sempre em frente
Caio reconhece que sua profissão é difícil, incerta e que já pensou em desistir. Mas admite que a atração pela atuação é mais forte do que ele. “É que sou muito apaixonado pelo que faço. É o que eu estudei pra fazer, é o que continuo estudando. A Fernanda (Montenegro) falou uma frase que não vou esquecer nunca mais: ‘Os primeiros 20 anos de carreira são fáceis.’ Estou na metade dessa fase fácil. Vamobora então!”, diverte-se.