O sucesso é tanto que Herança de Ódio também ganhou formato em uma versão na íntegra no site Gshow
Em 1940, década em que é ambientada Êta Mundo Bom!, o rádio era um dos principais meios de comunicação. As pessoas ouviam não apenas notícias e músicas, mas ficavam vidradas nas radionovelas. As produções eram uma grande paixão nacional, sobretudo das donas de casa. A principal característica das obras era o tom dramático.
Na chamada Era do Rádio, muitas tramas arrebataram o coração dos brasileiros. O Direito de Nascer foi um grande sucesso radiofônico. Nela, brilharam Nélio Pinheiro, Paulo Gracindo, Talita de Miranda, Dulce Martins e Iara Sales, entre outros atores que, posteriormente, com a chegada da televisão, migraram para a nova mídia. A partir daí, a radionovela perdeu sua força e deixou de existir.
Herança de ódio
Êta Mundo Bom! resgata o gênero com a radionovela Herança de Ódio. A produção fictícia alimenta a imaginação dos personagens da trama, como Eponina (Rosi Campos), que não desgruda os ouvidos da rádio para saber o que vai acontecer no capítulo do dia. Candinho (Sergio Guizé), inclusive, tentou ser ator da radionovela.
O sucesso é tanto que Herança de Ódio também ganhou formato em uma versão na íntegra no site Gshow, onde o público vê como eram feitas as radionovelas. Além disso, no site é possível entender como eram produzidos os efeitos de som e ouvir os áudios dos episódios. A Rádio Globo também transmite os capítulos da novela.
Desmistificando a magia
Para o ator e dublador Gustavo Nader, que interpreta Altemar em Êta Mundo Bom!, resgatar a emoção da radionovela nos tempos atuais é uma forma de homenagear uma parte importante de história do Brasil. “A precursora da telenovela merece essa homenagem. Fazer uma radionovela dentro da TV é muito interessante: quando os personagens da trama interpretam os personagens da Rádio Diamante, temos que fazer um tom acima da interpretação, como era feito na época. Quando estamos fazendo só os personagens, buscamos a linguagem mais naturalista”, conta o ator.
O trabalho de preparação para fazer a radionovela foi bem cuidado. “O diretor Diego Morais nos chamou algumas vezes para que tivéssemos reuniões e ensaios. Algumas coisas surgiram organicamente: a risada do Colman, o ‘papai’ de Cristina, o jeito do Adriano falar ‘Creistina’…”, revela Gustavo.
Herança do ódio é apresentada em episódios inéditos exibidos às segundas, quartas e sextas- feiras, no site Gshow e na Rádio Globo. Escrita por Otávio Martins e com supervisão de Walcyr Carrasco, a radionovela é uma adaptação da obra do autor Oduvaldo Vianna.