Kaíque Batista foi inocentado em acusação de racismo por falta de provas
Um rapaz de 21 anos está processando a Globo e a jornalista Maju Coutinho, depois de ser inocentado em uma investigação da justiça sobre ataques racistas realizados contra a jornalista. O processo foi iniciado em 2015. Inocentado por falta de provas, Kaíque Batista pede indenização no valor de 800 mil por danos morais e materiais.
Kaíque foi levado por policiais militares e funcionários do Ministério Público de São Paulo para prestar depoimento ao Fórum Criminal da Barra Funda, e teve seus computadores e celulares apreendidos. Na época, o auxiliar de produção que hoje está desempregado foi acusado de crimes como racismo, falsidade ideológica, injúria, corrupção de menores na internet e associação criminosa na internet.
A defesa de Kaíque afirma que ele foi “surpreendido quando, antes das 6 da manhã, uma equipe da Polícia adentrou o seu quarto, dentro da casa de sua mãe, com fuzis e metralhadoras, acompanhada de um Promotor de Justiça, Policiais e cineastas da Globo”.
No documento da defesa ainda consta que “o promotor participou da invasão com a polícia, deixaram a Rede Globo entrar nos aposentos, na casa, filmar a casa, e acompanhar o autor sendo conduzido para a viatura. Depois de inquirir a vítima por 6 horas o promotor entregou o autor para a Rede Globo”.
O advogado de Kaíque, Angelo Carbone, aproveitou para reiterar a inocência do rapaz e retificar seu desejo por justiça, em uma ação aberta para indenizar Kaíque por danos morais e materiais.
“Os crimes de ódio, crimes raciais e contra as minorias são terríveis e os culpados devem sentir o crivo da Justiça. Mas o que não pode acontecer é condenar alguém sem provas ou condenar antes do processo e da sentença. Em tese, os responsáveis foram condenados, mas Kaíque sempre gritou inocência e teve sua casa invadida, foi apedrejado, insultado e teve que fugir, perdeu o emprego e adquiriu problemas psicológicos”, diz o advogado de Kaíque.
Procurada, a comunicação da Rede Globo afirmou que a emissora não se manifesta sobre assuntos sub judice.