Ela está entre nós! Neste domingo (16), “House Of The Dragon” voltou para sua segunda temporada e já trouxe um dos momentos mais aguardados dos fãs do material original. Conhecido como “Sangue e Queijo”, o episódio mostrou a morte do pequeno Jaehaerys, filho primogênito do Rei Aegon II (Tom Glynn-Carney) e da irmã e esposa, Helaena (Phia Saban). Contudo, quem leu os livros escritos por George R.R. Martin notou algumas diferenças na história.
No fim do primeiro episódio, intitulado “Um Filho Por Um Filho”, os espectadores assistiram a como Sangue (Sam C. Wilson), um agente traidor da Guarda Real, e Queijo (Mark Stobbart), um caçador de ratos, foram ao castelo para matar Aemond (Ewan Mitchell). Tudo fazia parte de um plano de Daemon (Matt Smith) para vingar a morte do enteado Lucerys (Elliot Grihault) – para quem não se lembra, o jovem foi devorado pelo dragão Vhagar, durante uma briga com Aemond.
Contudo, ao chegarem nos aposentos de Aemond, os criminosos não encontram o príncipe e decidem honrar a promessa de “um filho por um filho” de outra forma. Eles encurralam a rainha Helaena e a pressionam a falar qual dos gêmeos era o verdadeiro herdeiro do trono. Sem titubear muito, Helaena expõe o filho Jaehaerys, que é degolado. Ela, por sua vez, sai correndo com a outra filha, Jaehaera, para os aposentos da mãe, Alicent (Olivia Cooke), que é pega em flagrante no maior vuco vuco com Criston Cole (Faben Frankle).
Apesar da cena ter chocado muitos espectadores, alguns fãs mais tradicionais reclamaram que a sequência não foi tão fiel aos livros. No trecho que foi ao ar ontem, os assassinos questionam Daemon o que farão caso não encontrem Aemond, mas a resposta não é exibida, o que coloca em questão se o personagem de Matt Smith na série é cruel o suficiente para considerar matar uma criança.
Contudo, no livro, Sangue e Queijo já estão à espreita de Helaena e a forçam a escolher qual de seus filhos irá morrer: Jaehaerys, Jaehaera ou o caçula Maelor, que nem é citado na série. Sem poder quebrar a linhagem de sucessão do trono, Helaena pede para que Maelor seja morto. Mesmo assim, os criminosos matam Jaehaerys e ainda jogam na cara da mãe que ela foi a culpada pela morte de um de seus filhos.
Outra diferença na cena é o encontro de Helaena e Alicent. Enquanto, na série, a ruiva está “brincando com a espada” do soldado da Guarda Real, no livro, ela é mantida como refém pelos assassinos.
De acordo com o showrunner Ryan Condal, as mudanças ocorreram porque ele queria trocar o personagem cujo ponto de vista era exibido. “Os filhos de Rhaenyra e Daemon são muito mais novos do que eram no livro, assim como os filhos de Helaena e Aegon. Eles não estão juntos há tempo suficiente para terem duas gerações de filhos. Então Maelor ainda não existe e só temos os gêmeos”, explicou o produtor ao The Hollywood Reporter.
Ele concluiu: “Queríamos apenas tentar fazer de Sangue e Queijo uma sequência visceral de televisão. Decidimos contar do ponto de vista deles e fazer com que parecesse um assalto que deu errado. Já no livro, é retratado puramente da perspectiva de Helaena e Alicent. Sangue e Queijo encontram Helaena, e ela é uma espécie de terceiro ato da história deles”.
Grande Preocupação com a Direção da Série
É extremamente preocupante ver como os showrunners de House of the Dragon estão tratando o material original. As mudanças feitas na sequência de “Sangue e Queijo” são drásticas e desviam significativamente do livro de George R.R. Martin. No livro, a cena é brutal e cheia de tensão, com Helaena sendo forçada a fazer uma escolha impensável, o que aumenta ainda mais o impacto emocional da tragédia. No entanto, a série optou por uma versão que, embora ainda chocante, não possui a mesma profundidade emocional e complexidade moral do texto original.
Essa abordagem levanta sérias dúvidas sobre a capacidade dos showrunners de manterem a fidelidade e a integridade da história ao longo da série. A última temporada de Game of Thrones é um exemplo doloroso de como mudanças arbitrárias e decisões de roteiro questionáveis podem arruinar uma série que, até então, era amplamente aclamada. A possibilidade de que House of the Dragon siga pelo mesmo caminho é alarmante.
Os fãs merecem uma adaptação que respeite o material fonte e entregue a mesma intensidade e impacto emocional que os livros oferecem. Alterações como essas não só desrespeitam a obra original, mas também enfraquecem a narrativa, deixando os espectadores desapontados e desconfiados sobre o futuro da série.