Existem muitas comédias que foram transmitidas pela Rede Globo por anos que fizeram grande sucesso, o que é o caso de Sai de Baixo e até mesmo A Grande Família. Durante uma entrevista para o PodPah, Lúcio Mauro Filho que viveu o Tuco nas 14 temporadas da série, revelou que começou a se cansar de ficar preso ao personagem e foi até o primeiro a mencionar a possibilidade da trama chegar ao fim.
“Fazíamos sempre uma reunião anual no início do ano. Eu nunca falava nada, mas, na reunião de dez anos, falei: estamos pensando em terminar alguma hora? Fiz a pergunta proibida. Ficou um clima! Aí o [Marco] Nanini virou e disse: acho que ainda tem lenha para queimar. Fiquei muito sem graça.”
Mas mesmo assim, o ator acabou ganhando apoio de Marieta Severo que vivia a Dona Nenê na comédia.
“Saindo dali [reunião], liguei para a Marieta e perguntei: falei alguma coisa errada? Ela falou: meu filho, você tocou no assunto proibido! [Mas] acho que concordo com você.”
Em uma outra oportunidade, os dois conversaram ainda mais e até que a atriz voltou a falar sobre o assunto em uma nova reunião.
“Durante o ano, fomos conversando eu e ela e, no ano seguinte, eu toquei de novo no assunto. Aí a Marieta falou assim: gente, se o Lucinho, que está fazendo 40, está um pouco agoniado com o que vai fazer depois disso aqui, eu, que estou fazendo 70, fiquei pensando e, realmente, quero fazer outras coisas. Não quero virar vovó pra sempre.”
E apenas dois anos se passaram até que o programa de fato chegasse ao fim após 13 anos de exibição. Lúcio Mauro Filho deixou bem claro durante a entrevista que mesmo após a situação complicada dos último anos e todo aquele climão entre eles, a sensação no fim foi que A Grande Família foi de dever cumprido.
“Nós escrevemos um belo capítulo da história da Tv Brasileira e a prova disso é eu chegar, abrir essa porta [do estúdio] e vocês falarem: Tuquinho! Um carinho eterno [dos fãs]. Nós lutamos pela qualidade daquele programa do primeiro ao último dia. A gente sempre lutou muito, nada era de graça, tudo que ofendesse a gente cortava. Depois da redação final, a gente ainda contava com o bom senso do grupo.”