Tema de Malhação, o assunto levanta debates sobre respeito, preconceito, aceitação e saúde
Após 15 anos, Malhação voltou a tocar no assunto HIV/AIDS, com a história de Henrique ( Thales Cavalcanti), que revelou ser soropositivo após se acidentar com Luciana (Marina Moschen) – os dois bateram suas cabeças e sangraram. Com receio, Henrique fez a revelação para a colega, que passou a tomar antirretrovirais para a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP), uma recomendação no caso do paciente, que acredita estar em risco por contato com o vírus HIV. No caso da novela, houve polêmica pelo jeito como a situação foi abordada: o sangramento aconteceu depois da pancada, não houve exposição contínua com o sangue infectado, portanto, não havia risco de contaminação, explica Ralcyon Teixeira, infectologista, supervisor do PS do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (SP). Mas aquele que sentir-se em risco pode tomar a PEP, após a avaliação médica.
É preciso sempre identificar o material biológico envolvido no acidente e o tipo de exposição. As situações que exigem o emprego de PEPs são: prática de sexo sem preservativo, compartilhar agulhas ou seringas e em casos de abuso sexual e acidente de trabalho, comum com profissionais de saúde ou serviços de emergência. “Quanto mais rápido iniciado o tratamento, melhor”, alerta Nina Harumi, infectologista do Hospital Santa Cruz (SP), que ressalta: “Não há restrição social ou de prática diária (para soropositivos). As recomendações são as mesmas para todos: exercícios, alimentação saudável, dormir bem, não fumar e usar camisinha”, diz. Ainda há dúvidas sobre transmissão, tratamento e a vida com HIV. E a desinformação é o maior dos inimigos. O vírus não tem rosto, raça, classe social ou gênero, por isso, o preconceito precisa ir para o ralo.
Com o acompanhamento e medicamentos em dia, o soropositivo com a carga viral indetectável vive bem, sem os riscos de quem tem AIDS. E, estes, mantendo a disciplina e o cuidado podem minimizar os efeitos e impedir as doenças oportunistas. A informação é a cura.
MITO – HIV = AIDS
Aids é a doença, e o HIV é o vírus que a transmite. Ter o vírus não significa ter Aids, porque a pessoa pode passar anos com o HIV sem que a doença se manifeste. Medicamentos são distribuídos gratuitamente em postos especializados.
VERDADE – HIV PODE PASSAR PELO BEIJO NA BOCA
As chances são mínimas, apenas se houver um grande ferimento na boca, com muco ou sangue.
MITO – AINDA HÁ GRUPOS DE RISCO
Hoje existem comportamentos de risco, como sexo (hetero e homossexual) desprotegido, uso de drogas injetáveis, contato com sangue ou com objetos cortantes contaminados.
VERDADE – NINGUÉM MORRE DE AIDS
Aids debilita o organismo e abre espaço para as chamadas “doenças oportunistas” (como a pneumonia), estas sim que realmente podem levar à morte.
MITO – GESTANTES COM HIV TRANSMITEM O VÍRUS NO PARTO NORMAL
A chance de contaminação é de 0,5%, se a mãe tomar as medicações por toda a gestação (durante o parto e após também). A criança também se medica e faz exames sorológicos.
VERDADE – SEXO ORAL TRANSMITE HIV
O contato com fluídos durante o sexo oral pode transmitir o vírus HIV. A prática deve ser realizada com preservativo.
MITO – CASAIS NÃO PRECISAM USAR CAMISINHA
É essencial o uso do preservativo em toda a relação sexual. No caso de soropositivos, a camisinha evita diferentes mutações do vírus que podem ser nocivas ao organismo.
VERDADE – TODOS PODEM PEGAR
Relacionamentos estáveis não são prevenção contra o vírus HIV. É necessário que os casais sempre façam o teste para HIV e outras DST’s periodicamente.
MITO – O VÍRUS É APENAS TRANSMITIDO POR RELAÇÃO SEXUAL
Situações que podem culminar na transmissão do HIV: compartilhar seringas e agulhas; transfusão de sangue contaminado; reutilização de objetos perfuro-cortantes com presença de sangue ou fluidos com o vírus; durante o parto normal.
Mais informações sobre o HIV/ AIDS, tratamentos e locais de atendimento em: www.aids.gov.br
O HIV/AIDS esteve na pauta de tramas brasileiras em algumas ocasiões, sempre trazendo à tona diferentes contextos da contaminação (sexo, drogas, transfusão, nascimento). Relembre alguns dos personagens soropositivos das novelas, que emocionaram o público com histórias de superação, aceitação e coragem: