Rodrigo Mussi deu sua primeira entrevista após o grave acidente de carro que sofreu no final de março, em São Paulo. Ao Fantástico, o ex-BBB falou sobre sua recuperação, sobre o carinho dos fãs e dos amigos, e sobre as dificuldades que passou ao longo da vida.
— É um privilégio estar aqui. Acho que ninguém que estava ali perto do acidente esperava eu estar aqui depois de quase dois meses — contou Rodrigo em conversa com o repórter Maurício Ferraz.
O ex-brother destacou que a recuperação está progredindo bem, e que seus próprios médicos descrevem a situação como um milagre.
— A pergunta que eu fazia muito para mim mesmo era: até quando eu vou lutar? Porque acho que a vida toda foi uma luta. Tive lutas drásticas, muito fortes — admitiu Rodrigo, que vivia um momento de muitas oportunidades profissionais e financeiras quando sofreu o acidente.
Na reportagem, ele também falou sobre as dificuldades que enfrentou ao longo da vida, quando cresceu em uma casa com pais violentos e com problemas com alcoolismo. Relatou ainda ter sido vítima de violência sexual dos cinco aos oito anos, praticada pela mulher que cuidava dele enquanto seus pais estavam trabalhando. Por fim, lembrou a perda do pai, nos seus braços, em um acidente de carro, quando os dois ensaiavam uma reaproximação após uma relação muito desgastada.
Após a perda do pai, Rodrigo se mudou para a Austrália, onde viveu, estudou e trabalhou por três anos. Antes de entrar para o BBB, atuou como gerente de uma multinacional farmacêutica, mas decidiu aceitar o desafio de entrar para o reality.
— Eu quis encarar porque a minha vida toda foi movida a desafios — lembrou. — Sair na segunda semana me assustou bastante. Mas eu não esperara o quão grande é o Big Brother. Nos eventos, nos shows que eu ia, era impressionante quantas pessoas queriam tocar, falar.
O carinho dos fãs também acompanhou Rodrigo durante o processo de recuperação e segue presente até hoje.
— Teve bastante gente orando. Bastante grupo de oração. Os fãs fizeram uma corrente maravilhosa. Muito do milagre do que aconteceu, foi essa união do grande público.
Durante a conversa, Rodrigo revelou não ter lembranças se colocou ou não o cinto de segurança antes do acidente. Ele lamentou ter saído sem documentos “pela primeira vez na vida” naquela noite, em que foi ao estádio do Morumbi assistir a um jogo do time de coração, o São Paulo. Pela ausência de documentos, foi recebido no hospital como desconhecido e familiares e amigos ficam sem notícias suas por aproximadamente 10 horas.
O Fantástico também ouviu médicos do Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo responsáveis pelo atendimento e pela recuperação do ex-BBB, que falaram sobre a entrada dele no hospital e sobre seus 19 dias na UTI.
— Era um paciente com trauma muito grave que evoluiu de uma forma muito satisfatória e que acreditamos que vai se recuperar espero que plenamente — afirmou Saul Almeida da Silva, diretor de neurocirurgia do HC.
A reportagem também apresentou para Rodrigo mensagens de alguns de seus colegas de confinamento, como Lucas, Eslovênia e Eliezer, além do apresentador Tadeu Schmidt, que emocionou o ex-brother com seu “discurso”.
Questionado sobre a lição que tirou de tudo o que viveu, Rodrigo concluiu:
— É que tem que ser muito grato. Vou ser grato pro resto da minha vida por essa chance, essa segunda chance talvez na minha vida. É uma chance que eu tive que eu não vou desperdiçar. Quero devolver para o mundo de uma maneira diferente, uma maneira melhor. Que eu contribua para o mundo de uma maneira ainda maior. E viver, viver muito.