Sérgio Reis revelou em entrevista que não foi convidado pela Globo para atuar no remake de Pantanal. O intérprete de Tibério na novela da TV Manchete disse que, mesmo se tivesse sido chamado pela líder de audiência, teria recusado o convite em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O sertanejo ainda alfinetou o canal e afirmou que apenas atores que são contra o atual governo foram convidados para o elenco do folhetim.
“Eu não quero me aliar à Globo, não vou ajudar a Globo em nada”, detonou o intérprete de Panela Velha em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “Não, não… Nem cogitaram. Eu sou Bolsonaro. Quem é Bolsonaro eles não põem [no elenco]. Entendeu? Aí eu não vou. Não vai acrescentar nada à minha vida. Não quero fazer nada com a Globo”, completou o músico de 81 anos.
Na nova versão de Pantanal, o papel de Tibério ficou com o ator Guito. Apesar da mágoa com a Globo, Sérgio Reis admite que a trama tem rendido boas cenas entre seu antigo personagem e o protagonista José Leôncio (Marcos Palmeira). “Mas mudaram muito a história. O [Guito, que interpreta] Tibério é por sinal um bom ator, bigodudo, bom para cacete. Eu o vi conversando com José Leôncio sentado na mesa. Isso nunca teve, nunca sentei para conversar com ele”, elogiou.
Autor da versão original de Pantanal, Benedito Ruy Barbosa teve a ideia de escrever a história em 1983, quando se hospedou na pousada do cantor, Pouso da Garça, localizada naquela região do Mato Grosso do Sul. O artista havia atuado na primeira versão de Paraíso, novela das seis escrita pelo novelista para a Globo. Reis integrou o elenco da obra e convidou Benedito para descansar em seu hotel fazenda.
“Convidei Benedito para passar uns dias descansando na minha pousada e ele ficou maravilhado com o Pantanal. A história toda foi escrita como se a fazenda de José Leôncio fosse no meu hotel, e muitas cenas são filmadas lá, como o ninho das cobras, por exemplo”, explicou Sérgio Reis em entrevista ao jornal O Dia em edição publicada em 15 de abril de 1990. O remake de Pantanal na Globo é escrito por Bruno Luperi, neto de Benedito Ruy Barbosa.