Paraisópolis e Morro da Babilônia roubam a cena dos tradicionais cenários das novelas
As atuais tramas das 7 e das 9, da Globo, têm como pano de
fundo as comunidades de Paraisópolis, em São Paulo, e o Morro da Babilônia, no
Rio. Em I Love Paraisópolis, o cenário da favela acompanha a história de amor
entre a humilde Mari (Bruna Marquezine) e o rico Benjamin (Maurício Destri). Já
em Babilônia, circulam pelo morro
personagens fortes, como a batalhadora Regina (Camila Pitanga), o gente boa
Ivan (Marcello Melo Jr.) e a barraqueira Valeska (Juliana Alves). Com realidades
parecidas na vida e na arte, não é de hoje que as comunidades são cenários para
as telenovelas. Vamos relembrar algumas desses tramas.
PARAISÓPOLIS
Por causa do sotaque dos moradores da comunidade paulistana,
Tatá Werneck (Danda) e Bruna Marquezine (Mari) tiveram que desenvolver o “paulistês”
na novela I Love Paraisópolis. “Esse detalhe foi importante para a gente compor
nossas personagens”, conta Bruna. As duas vivem típicas moças da região,
corajosas, sensuais, cheias de vida… e chegadas a alguns barracos. Faz parte!
MORRO DA BABILÔNIA
Apesar de ser uma comunidade pacificada, o Morro da
Babilônia tem de tudo. Menos paz. Parte da culpa cai sobre as costas de Valeska
(Juliana Alves), dona de uma lojinha, que passa boa parte de seu dia tomando
conta da vida dos outros, principalmente, a da rival Regina (Camila Pitanga).
Apesar disso, nenhuma das duas quer deixar o lugar. Já Paula (Sheron Menezzes),
na primeira oportunidade, mudou-se da favela.
COMPLEXO DO ALEMÃO
Glória Perez se baseou nos noticiários sobre a retomada da
polícia no Complexo do Alemão, em 2010, para escrever Salve Jorge (2012). Na
trama, a destemida Morena (Nanda Costa), viaja para a Turquia em busca de uma vida
melhor para ela e seu filho, mas cai numa rede de tráfico humano. Outra figura
da inesquecível era periguete Maria Vanúbia (Roberta Rodrigues), que pegava sol
na laje e azarava todos os caras.
PORTELINHA
Em Duas Caras (2007), a Portelinha era uma mistura de
crenças e raças sob o comando do líder comunitário Juvenal Antena (Antônio
Fagundes). Vários personagens memoráveis viviam lá, como a dançarina de pole
dance Alzira (Flávia Alessandra), o cozinheiro gay Bernardinho (Thiago
Mendonça) e a mãe de santo Setembrina (Chica Xavier). E tinha a escola de samba
Nascidos da Portelinha, que bombou no Sambódromo carioca.
MORRO DA PROVIDÊNCIA
Lado a Lado (2012) mostrou, em detalhes, como surgiu a
primeira favela do Rio de Janeiro, o Morro da Providência, recriado numa cidade
cenográfica do Projac.
VILA BRASILÂNDIA
Na série Antônia (2006/2007), Lena (Cindy Mendes), Preta
(Negra Li), Barbarah (Leilah Moreno) e Mayah (Quelyna) e moradoras da Vila Brasilândia, na periferia
de São Paulo, viraram cantoras de rap no grupo Antônia.
MORRO DO TORTO
A fictícia comunidade do Torto se misturava aos prédios da
área nobre do Rio, na novela Vidas Opostas (2006), da Record. Toda a violência
do lugar servia de pano de fundo para a jornada de Joana (Maitê Piragibe).
A PRIMEIRA!
Pátria Minha (1994)
não foi uma novela fácil. Dois de seus protagonistas, Vera Fischer e
Felipe Camargo, envolveram-se num barraco daqueles, que fez o autor, Gilberto
Braga, tirar os dois da trama. Mas ela ficou marcada também por ter sido a primeira novela a ter uma
favela cenográfica. Construída no Projac, em 3,5 mil metros quadrados, tinha 60
casas de alvenaria, com seu interior construído, além de salão de beleza,
barbeiro, ferro-velho, bar…